Governo reabre plano de compra de novos caças

Projeto é mais abrangente que concorrência cancelada em 2005 e pode ter custo superior a US$ 1 bilhão

Roberto Godoy - O Estado de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reabriu a temporada de caça ao contrato para fornecimento de um novo jato supersônico de combate para a Força Aérea Brasileira (FAB). O plano é mais abrangente que a concorrência FX, cancelada em fevereiro de 2005 depois de cinco anos de trabalho da comissão encarregada de selecionar um novo interceptador para a FAB. A dotação para essa licitação era de US$ 700 milhões, cobrindo 12 aeronaves. As primeiras decisões do novo processo serão tomadas no biênio 2007-2008, segundo revelou ao Estado um oficial da área de tecnologia do Comando da Aeronáutica.

O projeto preliminar em análise pelo governo considera a formação de dois novos grupos de defesa aérea - um na região Norte e outro no Nordeste.

Para essas unidades seriam enviados os 12 Mirage 2000C, usados, comprados na França em julho de 2005 por 80 milhões, eventualmente reforçados por mais aeronaves do mesmo tipo a serem adquiridas. O reforço pode vir também pela redistribuição dos F-5M revitalizados
pela Embraer e pela Elbit, de Israel.

Os dois primeiros Mirage 2000C foram entregues em setembro. Na festa de recebimento pelo 1º Grupo de Defesa Aérea, na base de Anápolis, Lula anunciou a retomada dos estudos para incorporação de um novo caça de alta tecnologia. A intenção é definir a escolha e ter as encomendas assinadas até 2009, com possibilidade de entrega a partir de 2011. Como na licitação FX, o objetivo será a aquisição de uma frota de 12 jatos. A novidade, porém, é o custo. As cifram cresceram muito.

Tomando como referência os dois primeiros candidatos em consideração, o valor básico da operação passará para US$ 1 bilhão, no caso do francês Rafale, e para US$ 1,6 bilhão, se o escolhido vier a ser o Typhoon - caça europeu construído por um consórcio de quatro países - Grã-Bretanha, Alemanha, Itália e Espanha. Nas duas hipóteses o pacote contém as peças e componentes de reposição, mais o treinamento do pessoal técnico e os manuais. Não se fala em
transferência de tecnologia.

Os russos já anunciaram que estão novamente no páreo com o mesmo avião submetido a avaliação do ciclo FX, o Sukhoi-35, um novo arranjo do Sukhoi-30 comprado - 22 unidades - pela aviação de caça da Venezuela. "Esses são os primeiros movimentos. Haverá com certeza
outras ofertas ao longo do tempo", acredita um militar, organizador da concorrência cancelada sem que houvesse vencedor.

O Rafale custa cerca de US$ 70 milhões pronto para entrar em ação. Escolhido pela Marinha e Aeronáutica da França (203 jatos, entre pedidos firmes e opções futuras) voa a 2.125 km/hora e cobre 3.125 quilômetros. Leva 8 toneladas de cargas externas. O radar é holográfico multidimensional. O Typhoon (710 caças negociados, inclusive 42 exportados para a Arábia Saudita) pode sair por até US$ 160 milhões cada. Velocidade na faixa dos 2.300 km/hora. Carga de 8 toneladas, alcance de 1.390 quilômetros.

1 Comentários

  1. E....

    Espero que esta vez os politicos deixam um pouco de frescura de lado e arrajando descuplas e competir com a venezuela e chile, ambos te um SU-30 e F-16, com um SU-35 o brasil fica trankilo até em 2050!

    E muita burrice em que o lula fez... no governo passado, deixou o progrma de lado achando que bibguem iria ligar pra isso, mas povo pequeno como nós importamos a defesa, pois sem a cobertura aerea naum dá pra ameaçar os traficantes na fronteira....

    E Outra coisa, Rafale é muito caro e o seu custo operacional é um exagero.... Acredito que irão oferecer um Mirage 2000 inves de Rafale... O typhoon, é excelente, mas para um país como o brasil é uma piada sem gosto! Afinal, um avião tem que ir até na fronteira e voltar sem reabestecer só o Su-35 faz isso saindo de Anapolis... Já o Typhoon, tem que reabastecer por umas duas vezes pra dar conta...

    Abraços a todos....

    Até +!

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