Marinha do Brasil Escolhe Submarino Classe U214 sem AIP

Defesa @ Net publica a posição da Marinha do Brasil referente à decisão de aquisição da futura classe de submarinos. O modelo escolhido e as razões da escolha. Também a definição sobre um ponto polêmico que é a adoção ou não de um sistema de propulsão auxiliar (AIP).

É apresentada uma pequena tabela comparativa sobre as principais diferenças entre os submarinos Classe Tupi (Classe 209 - IKL 1400) e os futuros Classe U214.


Em atenção a sua mensagem, a Marinha do Brasil esclarece:

1) Já está definido o modelo de submarino: Scorpène (França), U212 ou U214
(Alemanha)?

Resposta: O processo seletivo adotado pela Marinha do Brasil (MB), para a escolha de um novo submarino: a ser adquirido mediante construção no país, resultou na seleção do Projeto IKL U 214, da HDW.


Tendo em vista a convenlência de evitar a duplicidade de custos logísticos para apoiar submarinos de origens diferentes - o que ocorreria. fatalmente. se fosse escolhido projeto de outro fabricante - e considerando os vultosos investimentos realizados pela Marinha" ao longo das duas últimas décadas, em diferentes metas conotadas aos submarinos Classe Tupi e, mais recentemente, na construção do Tikuna, associados à cultura e à tecnologia assimiladas neste período por nossos técnicos (engenheiros e operários) e tripulações (oficiais e praças) em
relação aos processos construtivos, logisticos, de manutenção e operação destes meios, respectivamente, a MB entendeu que deveria manter a padronização dos modelos IKL - HDW, de origem alemã.


2) o modelo escolhido será equipado com sistema Avançado de propulsão, como o AlP, no caso dos submarinos alemães?

Resposta: A Marinha decidiu pelo proieto do IKL 214 sem AIP. As razões que levaram a tal decisão são de ordem essencialmente logística, .A despeito de algumas inegáveis vantagens operacionais apresentadas pelo sistema, que permite a navegação submerso a baixa velocidade, por cerca de dez dias, sem necessidade do ar atmosférico, a MB considsiderou
muito elevados os custos' de obtenção, operação e manutenção desse sistema. levando a que a razão custo/benefício não se justificasse.

Apenas para ilustrar, o sistema demanda, a cada recarga, quinze toneladas de Qxigênio líquido e cerca de duas toneladas hidrogênio à 99,9999% de pureza, no estado gasoso, representa. para este gás, volume equivalente a oito caminhões-tanque. Além da natural dificuldade na obtenção. haveria problemas para o transporte até o submarino, posto que o hidrogênio é considerado carga perigosa. Também; para transferir os gases do veiculo de fornecimento para bordo; é necessária uma


Infra-estrutura para a recarga das ampolas de armazenamento do submarinoj o que inviabilizaria
o reabastecimento fora do Rio de Janeiro, na hipótese de haver disponibilidade desses gases em outros portos. Finalmente, uma milha náutica navegada com AIP custa o equivalente a US$ 43 (quarenta e três dólares); com diesel, US$ 6 (seis dólares).


Classe Tupi (IKL 1400)
(Dados MB)
Classe U-214
(Dados TKMS)
Tripulação 30 (inclui 8 oficiais) 27 ( 5 oficiais ?)
Deslocamento Superfície 1.260t
Submerso 1.440t
Superfície 1.700 t
Submerso 1.950 t
Velocidade (nós) 11-superfície /
21,5-submerso
10,5 - superfície /
21,5 - submerso
Raio de Ação (milhas): 8200 ( 14.760 km)- a 8 nós na superfície / 400-a 4 nós submerso 12.000 ( 21.600 km) a 8 nós superfície /
Comprimento 61 m 65 m
Motores Diesel 4 x MTU 12V 493 AZ80 GAA31L 1 x MTU 16V 396
Torpedos 8 tubos - 8 recarga
533mm Tigerfish Mod 1 ou Mod 27 - Carga 24 torpedos - Alcance 14km a 40km, velocidade 25 a 40 nós
(45 a 72 km/h)
8 tubos - 8 recarga
533 mm preparados,
24 x STN Atlas Elektronik DM2A4 ou torpedo americano MK-48
Minas IPqM - MCF-01/100 operação de minagem substituindo os torpedos ?
Unidades

S-30 TUPI
S-31 TAMOIO
S-32 TIMBIRA
S-33 TAPAJÓ
o S-34 TIKUNA é uma versão bastante modificada da Classe Tupi

A ser determinado

Fonte: Defesa@Net

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