Helicópteros russos para a FAB

Por Pedro Paulo Rezende - Correio Braziliense

A Força Aérea Brasileira (FAB) está negociando a compra de 30 helicópteros com a Rosoboronexport, empresa estatal russa encarregada da exportação de material de uso militar. Segundo fontes da Aeronáutica, as discussões se encontram em estágio avançado e um acordo pode ser assinado até o fim da próxima semana. Os helicópteros, dos modelos Mil Mi-35 e Mil Mi-171, serão usados no combate ao narcotráfico. O contrato, no valor de US$ 400 milhões, faz parte de um pacote de contrapartidas comerciais negociados pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em recente viagem a Moscou. Na ocasião, ele fechou expressivos negócios de exportação de frango e alimentos.

Também está prevista a visita de uma comitiva formada por oficiais da Força Aérea e do Exército brasileiros para avaliar a possibilidade de novos negócios. O Exército quer examinar helicópteros artilhados de combate antitanque e antiguerrilha (a Rússia tem três modelos, os Mil Mi-35 e Mi-28 e o Kamov 32) Além de um número ainda não determinado de Mi-35 e Mi-171, a FAB tem interesse em quatro helicópteros Mi-26, os maiores em operação, que serão empregados na expansão dos Cindactas. Eles podem carregar até 20t, o suficiente para instalar, em apenas uma vigem, um radar móvel completo, com sistemas de geração de energia, de transmissão de dados e de monitoramento local. Cada um custa US$ 25 milhões. Recentemente, um deles foi contratado pelo exército dos Estados Unidos para resgatar um CH-47 Chinook, o maior helicóptero fabricado no ocidente, derrubado pelos rebeldes talibãs no Afeganistão.


Narcotráfico

Os Mi-35 são helicópteros de combate de grande velocidade. Conseguem atingir até 335km/h. Levam uma metralhadora pesada, capaz de disparar mais de 3 mil tiros por minuto, ou um canhão de 30mm capaz de perfurar até 80mm de blindagem. Podem ser armados com seis lança-foguetes e mísseis antitanques e para combate aéreo. Além disso, transportam um grupo de combate completo, com 12 soldados. Basicamente, são versões modernizadas do Mi-24, empregados pelos soviéticos no Afeganistão, com eletrônica moderna e motores mais possantes.

"Com a Lei do Abate, os traficantes montaram uma estrutura de apoio em terra", contou um brigadeiro. "Quando um avião é interceptado por um de nossos caças, o piloto procura uma pista clandestina ou estrada com pouco movimento, pousa e aguarda ser resgatado por uma caminhonete ou automóvel. Os helicópteros serão acionados assim que o contato for feito e vão impedir qualquer tentativa de fuga". Apesar de não serem aeronaves especializadas de combate, os Mi-171 podem carregar um arsenal impressionante, com seis lança-foguetes ou mísseis antitanques. Possuem blindagem e podem carregar até 30 soldados.


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