Primeiro vôo do F-35

Lighting-II chega aos céus entre atrasos e dúvidas
Área Militar

A Lockeed MArtin anunciou que o primeiro vôo do caça F-35 Lighting-II teve lugar no passado dia 15 de Dezembro. Tratou-se do vôo inaugural do novo avião que inicia agora uma extensa sucessão de testes para certificação.

Segundo a Lockeed Martin, o F-35 teve um comportamento perfeito e conforme o esperado, tendo o motor Pratt & Whitney F135 – o mais poderoso motor alguma vez instalado num avião de caça, com uma potência de mais de 18.000Kg.

O voo de teste ocorreu com recurso a descolagem convencional e durou 36 minutos. A aeronave efectuou várias manobras para analisar aspectos aerodinâmicos, tendo atingido a altitude de 15.000 pés (um pouco mais de 4500 metros).

O F-35 é provavelmente a maior aposta da industria aeronáutica militar americana para as próximas décadas. Ele é um avião supersónico, que conjuga todos os últimos desenvolvimentos da electrónica, radares, sensores e armamentos modernos com a capacidade de iludir os radares dos aviões adversários, o que lhe dá uma inestimável vantagem táctica sobre praticamente todos os aviões que existem no momento.

A Lockeed Martin divulgou ainda que os resultados do programa F-35 têm superado as expectativas no que respeita às qualidades da aeronave, a qual será extensivamente testada e só começará a ser entregue após testes ele será testado durante 12.000 horas de voo, a juntar aos milhares de horas de testes de laboratório que já foram e ainda vão ser efectuados. O programa de testes será o mais completo e exigente alguma vez efectuado numa aeronave de combate.

O programa de desenvolvimento do F-35, também conhecido como JSF (Joint Strike Fighter) respeita aos Estados Unidos, e também a Itália, a Holanda, a Turquia, o Canadá, a Austrália, a Dinamarca e a Noruega, países que se espera coloquem encomendas para as suas forças aéreas, como já aconteceu com a Turquia.

Se o programa tiver sucesso, ele deverá marcar o caminho a seguir pela maioria dos fabricantes de aeronaves no futuro.

O F-35 é um caça de 5ª geração que terá não só uma versão standard, de descolagem convencional, como ainda uma versão de descolagem vertical destinada a substituir as aeronaves como o Sea Harrier de origem britânica e ainda uma versão adequada para operar a partir de porta-aviões convencionais, como os porta-aviões norte-americanos, onde os aviões descolam com o auxilio de catapultas e têm trem de aterragem reforçado.

Se na versão de descolagem vertical ele pretende ser o substituto do Sea Harrier, tendo como clientes prováveis as marinhas britânica, italiana e espanhola (as quais utilizam o Harrier) já na sua versão standard ele é visto como o sucessor do F-16 em operação em países como os Estados Unidos, Holanda, Dinamarca, Noruega, Portugal, Grécia, Turquia.

Também se espera que a marinha dos Estados Unidos venha a utilizar este avião para substituir os F-18 mais antigos e futuramente toda a frota de F-18 Super Hornet em operação presentemente.

No entanto o avião não deixa de ter os seus críticos, que apontam a demasiada dependência da aeronave da supostamente eficiente tecnologia “Stealth” que torna a aeronave difícil de detectar por radares adversários.

Os desenvolvimentos da técnica – dependendo da evolução - poderão no futuro tornar o F-35 menos invisível, o que o transformará apenas num bom avião, mas sem grandes vantagens sobre os seus actuais potenciais adversários.

Entre esses, encontram-se os caças Typhoon, Rafale e Grippen, bem como algumas derivações do já relativamente obsoleto SU-27 russo, embora neste campo pareçam existir indícios de que a Rússia poderá vir também a competir neste campo futuramente.

No momento, o mais perigoso adversário do F-35 Lighting-II não é nenhuma das outra aeronaves, mas sim o elevado custo do programa, que pode levar um só aparelho a custar de 60 a 90 milhões de Euros. Além dos custos elevados, o F-35 sofre também de atrasos no programa, que têm levado a ameaças por parte de alguns dos participantes de abandonar o projeto.

Para esse possível abandono têm contado o atraso e os altos custos do programa, mas também a possibilidade de os Estados Unidos não autorizarem a divulgação de todos os segredos tecnológicos que podem realmente fazer uma diferença determinante no campo de batalha.

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