TOPOL-M móvel, operacional na Rússia

Míssil SS-27 é considerado o mais avançado míssil intercontinental russo
Área Militar

O TOPOL, é um míssil intercontinental russo, classificado como SS-27 pela NATO e desde 2002 que a Rússia tem desenvolvido esforços para produzir uma versão móvel do míssil que é transportada no conhecido camião de transporte MZKT-79221 de 14 ou 16 rodas. Segundo anúncios feitos pela imprensa russa, está operacional o primeiro regimento, o que implica que estão operacionais dez sistemas, cada um equipado com um veículo MZKT, um míssil Topol-M e os veículos de apoio.

A versão móvel do TOPOL que transporta uma única ogiva, é estrategicamente importante, porque a Rússia sempre considerou extremamente útil ter sistemas de lançamento móveis, juntamente com as versões disparadas desde silos na terra. O míssil na sua versão móvel pode ser lançado de praticamente qualquer lugar, sendo muito mais complicada a sua detecção por parte de qualquer eventual inimigo.

Os planos russos prevêem o fabrico de 69 unidades do míssil Topol, que será o principal míssil estratégico da Rússia, não se sabendo exactamente quantos destes serão instalados em sistemas moveis, pois parte dos sistemas instalados em silos serão convertidos para utilização em sistemas móveis que são mais eficazes mas também são muito mais caros de manter, embora sejam mais baratos que os mísseis instalados em submarinos.

Este míssil pode transportar uma carga de 1200Kg. a mais de 10.000Km de distancia. O Topol-M é um míssil moderno, que começou a ser desenvolvido no final do período soviético, e cuja continuação do desenvolvimento foi já assegurada pela Rússia. Ele tem uma velocidade de mais de 17.000 Km/h[1] o que o transforma no míssil mais rápido do mundo.

Ele tem 22.7 metros de comprimento e pesa 47.1 toneladas, podendo acertar um alvo num raio de cerca de 230 metros.

Além de ser extremamente rápido, o míssil russo tem ainda a capacidade de mudar de direcção no último estagio do seu percurso. Esta característica provoca alegadamente dores de cabeça no Pentágono, porque ele torna parte do sistema de defesa americano inútil, pois grande parte dos sensores americanos baseiam os cálculos dos sistemas de defesa anti-missil no cálculo rigoroso da trajectória do míssil desde que ele é lançado.

Mas com o Topol-M isso não é possível. O míssil pode ser lançado, numa determinada trajectória, mas essa trajectória (que é introduzida nos sistemas de direcção do míssil) pode ter sido indicada para enganar os sistemas de defesa, porque nos últimos minutos o míssil pode-se desviar da trajectória esperada dirigindo-se para um alvo a muitos quilómetros de distância.

Além desta «vantagem» a velocidade do míssil russo é também um problema, porque torna virtualmente impossível atingi-lo com outro míssil (normalmente um míssil que tenta cruzar a trajectória com uma ogiva nuclear que explode próximo) quer porque ele é muito rápido ou porque a sua capacidade de mudar de direcção torna inutil a tentativa de intercepta-lo.

Do ponto de vista ocidental, estas possibilidades deixam poucas hipóteses de defesa, pelo que o que se pode fazer é atacar o míssil antes de ele ser disparado, e é aí que entra a necessidade de mísseis lançados de plataformas móveis. Exceptuando a utilização militar, o principal problema destes sistemas é que eles aumentam consideravelmente a possibilidade de serem tomados por organizações terroristas, que possam utiliza-los para as suas operações.

A Rússia continua também a desenvolver o «Bulava», ou SS-NX-30 que é uma versão disparada a partir de submarinos nucleares, com um alcance menor (8.000Km) e capacidade para transportar 10 ogivas.


[1]Os dados sobre a velocidade que o míssil Topol-M pode atingir nunca foram confirmados. A divulgação de uma velocidade muito elevada, poderia servir como medida para condicionar possíveis respostas por parte de potenciais adversários, um pouco como aconteceu com o programa «Guerra das Estrelas»

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