Itália aprova lei para refinanciar missão no Afeganistão

da Efe, em Roma

A Câmara dos Deputados italiana aprovou nesta quinta-feira, por 524 votos a favor, três contra e 19 abstenções, a lei que prevê o refinanciamento da missão do país no Afeganistão, que agora será votada no Senado.

Os partidos opositores Forza Italia, Aliança Nacional e União Democrata-cristã (UDC) votaram a favor da renovação do financiamento das missões militares no exterior, entre elas as do Líbano e do Afeganistão.

Os parlamentares da Liga Norte se abstiveram, depois que a Câmara dos Deputados rejeitou o pedido do partido para o envio de novos soldados ao Afeganistão.

Dois representantes da Refundação Comunista Paolo Cacciari e Salvatore Cannavò, que já haviam dito que seus votos seriam contrários à missão, votaram "não", assim como o deputado da Liga Norte Matteo Brigand.

Agora, a atenção volta-se para o debate e a aprovação do refinanciamento das missões no exterior na esfera do Senado, onde a proposta deverá ser votada em 27 de março e a coalizão de centro-esquerda União possui uma maioria apertada de dois votos.

A oposição de centro-direita exige que o presidente do governo, Romano Prodi, renuncie caso não obtenha os 158 votos dos senadores.

A aprovação do decreto não corre risco, já que o apoio das forças políticas que formam a oposição está garantido, com exceção da Liga Norte, que ainda não anunciou o voto.

No entanto, estes partidos exigem que o Executivo tenha sua própria maioria, os 158 votos, já que acreditam que, caso isto não ocorra, poderia ser repetida a mesma situação de 21 de fevereiro, quando o Executivo perdeu uma votação sobre política externa e Romano Prodi apresentou sua renúncia.

Votação

Se a coalizão de centro-esquerda não conquistar os 158 votos no Senado, será o primeiro passo para um grande problema político, disse o líder da Aliança Nacional, Gianfranco Fini, que acrescentou que a situação desmentiria, assim, o voto de confiança que Prodi obteve no Senado.

A coalizão do governo rejeita a possibilidade de que, caso os 158 votos não sejam obtidos, comece uma nova crise política. "A centro-direita deveria saber que nos Estados Unidos e no Reino Unido algumas decisões sobre política externa foram aprovadas com o apoio determinante da oposição e ninguém pediu a renúncia do presidente George Bush ou de Tony Blair", afirmou o secretário do Democráticos de Esquerda, Piero Fassino.

Segundo analistas políticos, pelo menos dois membros da coalizão no Senado devem votar contra a missão no Afeganistão.

Eles seriam os dois senadores comunistas Franco Turigliatto e Fernando Rossi, que, com sua abstenção, provocaram a crise no governo. Alguns membros dos Verdes e dos Radicais podem se unir aos dois.

O decreto prevê que, em 2007, 40 milhões de euros sejam destinados à missão no Afeganistão, 30 milhões de euros à operação militar no Líbano e 5,5 milhões de euros às tropas posicionadas no Sudão.

Outros 500 mil euros serão reservados para a organização, pela ONU, de uma Conferência de Paz para o Afeganistão. Além disso, 9,1 milhões de euros serão usados em ajudas à população afegã.

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