Marinheiros australianos abandonam a Marinha

Técnicos da marinha australiana estão sendo abordados em bares no Oriente Médio e lhes são oferecidos US$1000 por dia, livres de taxas, para trabalharem em países ricos em petróleo.
Isto acontece à medida que a marinha reluta em contratar e manter sua equipe técnica. E oficiais estão sendo atraídos para o setor privado na Austrália, por ofertas do dobro do salário, mais gratificações.

Mas é a expansão e o rápido desenvolvimento das economias do “petro-dólar” em lugares tais como os Emirados Árabes que está fazendo soar os alarmes.

Fontes militares importantes dizem que a crise no quadro de pessoal é tão séria, que a marinha está à beira de “encostar” algumas belonaves devido à escassez de homens.

A classe de submarinos Collins encara grave deficiência de pessoal, mas a frota de superfície não está longe disto. No ano passado os submarinos alcançaram apenas 75% de sua capacidade de missão, devido parcialmente à escassez de tripulação em um dos navios, o HMAS Collins.

Marinheiros disseram ao Herald Sun que estão dispostos a aceitar os "grandes dólares" no mundo civil porque suas habilidades não estão sendo usadas pela marinha.

“Eu sou um técnico, mas passo a maior parte do tempo juntando lixo”, disse um marinheiro.
Um contrato de dois anos livre de taxas, poderia render a um engenheiro elétrico US$500.000. Uma pessoa levaria 10 anos para ganhar esta quantia na marinha.

“Eu fui abordado em um bar e me ofereceram US$750 por dia livres de taxas, no local”, disse um marinheiro.

Níveis de atividades foram cortados de tal maneira na maioria dos navios que os marinheiros são forçados a empreender uma escala maior de “trabalhos secundários” e, no final, acabam trabalhando até 16 horas por dia durante semanas.

Apesar dos generosos bônus para técnicos em elétrica e marinheiros a Marinha não tem como equiparar os salários com aqueles oferecidos em lugares como Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Há algumas semanas atrás tripulantes da fragata HMAS Toowoomba, da classe Anzac, foram abordados no bar de um hotel e receberam ofertas para trabalharem de 9h às 17h, cinco dias por semana, com excelentes salários livres de taxas.

“Nós voltamos para o navio para trabalhar 16 horas por dia e fazer de quase tudo exceto aquilo para o qual nós fomos treinados”, disse um marinheiro.

A Defesa oferece bônus entre $10.000 e $30.000 para certas categorias e atividades com habilidades específicas, como engenheiros e pilotos.

O Exército está oferecendo para quem se juntar à Força bônus de $10.000 para os primeiros 12 meses de atividade, e mais $35.000 para os três anos seguintes.

As Forças Armadas estão ajustando os salários de acordo com as patentes para valorizar as habilidades ou “valor do trabalho” mais do que as atividades exercidas.

“Não podemos competir com salários que excedem o dobro do que nós oferecemos, mais uma série de adicionais, como carros,” disse um oficial graduado. “Mas nós podemos oferecer coisas como empréstimos com taxas mais baixas e melhores moradias, mas o governo não vai concordar”.

“Eles podem bancar US$6 bilhões de dólares por 24 Super Hornets que eles não precisam, mas não podem bancar empréstimos mais em conta para os militares.”

Outras iniciativas incluem a permissão para saída aos que fazem faculdade e licenças médicas/familiares maiores para soldados que trabalham mais, e maiores períodos em terra para os marinheiros.

Fonte: Herald Sun

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