CTA – Mectron

AlexandreBeraldi - Defesa@Net

Apesar de ocuparem estandes diferentes, o CTA e a Mectron tinham em destaque produtos similares, daí a reunião neste tópico
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Míssil MAA-1 B

Finalmente foi apresentada a nova configuração do míssil ar-ar nacional Piranha. O míssil partilha com a versão atual apenas a estrutura principal da fuselagem, a ogiva e a espoleta de proximidade e impacto, sendo o restante totalmente novo.

Enquanto a versão anterior utiliza um sensor simples e monocromático, o sensor da nova versão é uma unidade de duas cores que se encontra 80% nacionalizada, com grande capacidade de discriminação entre alvos e despistadores pirotécnicos. A unidade tem grande capacidade off-boresight e fica alojada num nariz mais afilado e aerodinâmico, podendo ser apontada para o alvo pelo radar, pelo capacete do piloto ou ainda realizar busca autônoma. O software de aquisição e acompanhamento de alvos tem maior capacidade de lidar com despistadores, e o piloto automático está sendo programado para acompanhamento do tipo lag persuit. Atrás do nariz fica em evidência o novo conjunto aerodinâmico, composto por quatro superfícies do tipo canard fixas, seguidas por quatro canards móveis e mais duas aletas para controle de giro longitudinal similar às dos mísseis israelenses Python 4 e 5, o que elimina a necessidade de rolerons nas superfícies de vôo traseiras, para garantir a estabilidade rotacional do míssil. A carga militar, como dito, é a mesma.

O motor ainda não está definido, mas deve receber melhorias que garantam mais empuxo, de forma a aumentar o alcance, a manobrabilidade e o tempo de missão. Com o motor atual, a manobrabilidade é melhorada em mais de 20%, apenas por conta da melhor configuração aerodinâmica. Diferentemente da primeira versão, o míssil agora possui dois set ups ou modos de operação, selecionáveis pelo piloto de acordo com as características da ameaça a ser enfrentada, de modo a otimizar o desempenho da arma em relação ao alvo. Com as modificações narradas o míssil ficou um pouco mais pesado, mantendo, porém, o mesmo comprimento e diâmetro.

O MAA-1 B é considerado pelos engenheiros um míssil de quarta geração “intermediário”, situado num patamar entre o R-73 Archer russo e o Python 4 israelense. O preço, porém, será muito inferior aos similares no mercado. O desenvolvimento prossegue e a FAB está mantendo o cronograma de financiamento, estando prevista a produção de uma pré-série no segundo semestre de 2008, com testes de disparo e homologação a serem realizados até o fim do ano de 2008.

Míssil MAR-1

O desenvolvimento do míssil anti-radar MAR-1 encontra-se bem avançado. A arma atualmente possui seis set ups ou modos de operação possíveis de serem empregados, estando a cargo da FAB definir quais deles serão incorporados na versão final do míssil. Os mais comuns são a busca autônoma de alvos realizada pelo próprio míssil, que automaticamente identifica todas as emissões eletromagnéticas presentes na área de operações, classificando-as em amigas ou inimigas, e apresentando-as para o piloto, para a seleção de um alvo; ou a busca por um alvo específico, selecionado dentre os existentes em uma ampla biblioteca existente na memória do míssil, atualizável a qualquer momento. O MAR-1 também possui a capacidade de prosseguir no ataque ao alvo, mesmo que este cesse suas emissões. “Podemos identificar um alvo usando satélites para fazer a triangulação de sua posição, que então repassam a informação via data-link para a aeronave, que alimenta os dados no míssil.

Mas aí fica a pergunta: quem na América Latina ou na África, nossos potenciais mercados, detém esta tecnologia de guerra centrada em redes? Não adianta colocar uma capacidade no míssil que ninguém vai usar. Isso só encarece a arma e diminui suas chances de exportação” – diz um dos engenheiros da Mectron. Perguntada se a arma possui sistema GPS para garantir precisão final no ataque, ou se possui sistema de pára-quedas para ser utilizada no modo de ataque contra alvos de oportunidade, como o ALARM britânico, a empresa disse que estes dados são ainda sigilosos. “O que podemos dizer é que o MAR-1 é uma arma de 350 kg, cheia de capacidades e que não fica nada a dever a nenhum similar estrangeiro, superando, inclusive, alguns deles. Quando o míssil entrar em operação na FAB e suas capacidades forem sendo reveladas, tenho certeza que todos ficarão muitíssimo orgulhosos da excepcional arma que construímos” – diz um funcionário da empresa. Quanto ao alcance que havia sido divulgado na imprensa especializada, que dava números de 25 km para um lançamento a 30 mil pés, a Mectron informa: “Isto está totalmente fora da realidade, são dados de um estudo aerodinâmico que não foram atualizados. O alcance atual, demonstrado em testes, é muito, mas muito maior que isso, e vamos melhorá-lo ainda mais. Para que se possa ter uma idéia, há pouco tempo efetuamos um teste com um novo motor que era tão potente que derreteu o bocal de exaustão e a porção traseira do míssil, fazendo com que tivéssemos que reprojetar tudo. Agora, um número real e definido eu não posso fornecer. É sigiloso”.

Míssil MSS 1.2

O míssil anti-carro MSS 1.2 está em condições de produção, aguardando um posicionamento do Exército Brasileiro. Um dado interessante que foi revelado é que o requisito do EB era para um míssil com 2.000m de alcance. Porém, durante testes recentes, o míssil manteve “atitude de alvo”, ou seja, foi guiado e impactou no objetivo em alcances que iam de 3.500 a 4.000m. “Colocamos um alcance conservador no folhetim, de 3.000m. Mas ele vai bem mais longe, e com precisão, mantendo controle total”.

Míssil de Defesa Aérea

A Mectron foi procurada pelas três forças para projetar um míssil terra-ar de defesa aérea que será de uso comum ao Exército, Marinha e Força Aérea. Os requisitos estão sendo elaborados pelas três forças e os estudos estão em fase inicial. Não foi revelado se a arma será de curto ou médio alcance, ou o tipo de sistema de guiamento a ser utilizado.

Bombas de Penetração BPEN 500 e BPEN 1000

Foram apresentadas as novas bombas de penetração de 500kg e de 1000kg a serem utilizadas pela FAB para missões contra alvos reforçados, tais como instalações de Comando e Controle subterrâneas, abrigos reforçados, casamatas, entre outros alvos “duros”. Estas armas possuem um corpo em aço temperado de alta resistência, além de um detonador com retardo, capaz de resistir ao impacto cinético inicial, detonando os explosivos após a bomba ter penetrado uma grande porção de solo e estruturas reforçadas. Serão utilizadas em conjunto com um sistema de guiamento por laser.

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