Airbus ganha contrato milionário nos E.U.A.

A330 será base para nova linha de aviões-tanque



O secretário da Força Aérea anunciou a muito esperada decisão de escolha de uma nova aeronave para reabastecimento aéreo para substituir os actuais Boeing-707 e Douglas DC-10 convertidos para aeronaves-tanque que presentemente estão ao serviço.

O contrato para o fornecimento do novo KC-45 - um Airbus A330 modificado - foi atribuído Northrop-Grumman que se associou à empresa europeia EADS, fabricante do A330.

Embora a escolha do Airbus represente uma encomenda para apenas quatro aeronaves, o contrato prevê a aquisição de 64 unidades, num programa que deverá chegar até 179 aviões e que se prolongado pode atingir até seis centenas.

Se não houver entraves, os primeiros A-330 na sua versão de avião tanque norte-americana KC-45 deverão começar a ser entregues em 2013.

O Airbus A330, dá à força aérea dos Estados Unidos capacidades acrescidas, pois possui uma muito maior capacidade de transporte de combustível que os seus antecessores. Ele tem capacidade para abastecer simultaneamente até duas aeronaves, e pode ele próprio ser reabastecido em voo por outras aeronaves do mesmo tipo.

O KC-45, designação norte-americana para o aparelho, estará equipado com sistemas passivos de defesa, que vão permitir ao avião operar em áreas onde até ao momento não é possível operar. Entre esses sistemas estarão «engodos» destinados a enganar mísseis anti-aéreos.

A tentativa de vender aeronaves da Airbus às forçar armadas dos Estados Unidos, foi uma batalha que inicialmente parecia perdida, pois normalmente a preferência também se joga no campo político, com pressões no senado e na câmara dos representantes por parte de deputados e senadores que querem garantir encomendas para as empresas que têm fábricas nos seus respectivos estados.

A Boeing apresentou na sua proposta uma versão militarizada do seu modelo Boeing 767, mas a empresa viu-se envolvida em várias questões sobre o preço exagerado das aeronaves, o que permitiu encarar a possibilidade de aquisição à Airbus com mais à-vontade.

Quando a Airbus se propôs montar grande parte dos A330 nos Estados Unidos em cooperação com a Northrop-Grumman, o argumento da compra ao estrangeiro deixou de pesar da mesma forma e as coisas começaram a correr mal para a Boeing.

E correram ainda pior, quando a análise técnica efectuada pelos norte-americanos, que determinava cinco grandes grupos de quesitos que os aviões deveriam cumprir revelou que o avião europeu ganhava em quatro dos cinco grupos de quesitos, afastando o Boeing 767 da concorrência.

Na realidade, grande parte do novo avião da USAF, será fabricado nos Estados Unidos, pois tanto motores como outros sistemas de navegação serão de origem norte-americana.

Com este negócio não só os A-330 na versão militar vão ser fabricados nos Estados Unidos pois a Airbus vai deslocalizar a sua produção do modelo A-330 de carga totalmente para território norte-americano, pretendendo assim reduzir os seus custos que estão estratosféricos numa Europa onde a sobrevalorização do Euro condicionam os preços de exportação.

Não deixa no entanto de ser verdade é uma das poucas vezes em que um equipamento significativo das forças armadas norte-americanas será de uma marca estrangeira, e ainda mais num campo onde desde a II guerra mundial, os Estados Unidos reinaram com total supremacia.

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