Bye Bye, Nighthawk

Começa a desactivação do F-117A



A frota de cinquenta e cinco caças-bombardeiros «invisíveis» Lockeed F-117A da Força Aérea dos EUA, começou nesta Quinta-feira a ser desactivada, com a retirada das primeiras seis unidades do avião, de uma base no estado do Novo México.

O ciclo de vida do F-11tA, foi notavelmente curto. A decisão de construir o F-117 foi tomada em 1978, e a primeira unidade da aeronave foi entregue em 1982.

O F-117A, foi mantido em absoluto segredo durante seis anos, entre 1982 e 1988, altura em que finalmente foi revelada a sua existência. E a última unidade foi entregue à Força Aérea dos Estados Unidos apenas em 1990, tendo a última das quase sessenta unidades sido entregue em 1992.

O F-117, é também uma vítima dos avanços tecnológicos que o tornaram um avião único na história da aviação. Os desenvolvimentos na tecnologia que permite reduzir a «assinatura» destes aviões perante os radares foram enormes nos últimos dez anos, e evidentes quando o bombardeiro B-2 começou a voar. O B-2, é muito maior que o F-117, mas tem uma «assinatura» bastante mais pequena.

Utilizando os desenvolvimentos disponíveis com o B-2, o novo F-22 Raptor, é mais eficiente perante os radares adversários, e tem uma capacidade de transportar armas maior, além de não ter as limitações do F-117, como velocidade subsónica ou incapacidade de utilizar radares para guiar armas.

A obsolescência do «Nighthawk» é paradigmática, e ao mesmo tempo demonstrativa da separação que existe neste momento entre as aeronaves Stealth norte-americanas e praticamente todas as restantes aeronaves de combate existentes no mundo.

Invisível ?

As limitações do F-117 tornaram-se mais evidentes, quando no conflito na antiga Iugoslávia, um F-117 foi abatido por uma bateria de mísseis anti-aéreos da Sérvia, equipada com armamentos relativamente obsoletos.

Mais tarde, um inquérito revelou que o F-117 voava contra normas de segurança e sem cumprir regras estabelecidas pelo fabricante quanto a distância em relação ao solo, o que demonstrou que o fabricante conhecia os «pontos fracos» da aeronave.

O F-117 foi abatido porque foi identificado à vista desarmada, num sector onde a sua identificação era fácil, e a sua presença esperada, por causa de informações obtidas a partir da base de origem do avião. Após ter sido identificado, o F-117 foi alvo fácil de mísseis antiaéreos com capacidade para serem guiados por uma câmara de TV, como é o caso do míssil SA-3, e que depois de estarem próximo, podem seguir as fontes de calor do alvo.

Já antes, durante a guerra do golfo, o avião também não era completamente invisível, mas como os iraquianos não sabiam como identificar os sinais que captavam nos seus radares eles não tomaram acções para os atacar, e quando perceberam o erro, era demasiado tarde para o remediar.

De qualquer forma, independentemente do facto de uma unidade ter sido perdida, os ganhos tácticos que o F-117 permitiu durante os conflitos em que esteve envolvido - onde o factor psicológico não foi sem dúvida o menos importante – ele é digno de passar à história como uma das mais importantes aeronaves na História da Aviação.

Embora seja retirado de serviço, o F-117A continua a ter muitas das suas características objecto de classificação de segurança, pelo que ele não será armazenado junto com outros aviões, sendo colocado numa área reservada, no deserto. Como acontece com outras aeronaves, ele poderá ser reactivado em caso de necessidade.

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