Forças Armadas mobilizam homens e equipamentos para apoiar Operação Javari

A operação será a maior já realizada pelo governo federal para atender as comunidades indígenas do Vale do Javari


Cristiana Nepomuceno

As Forças Armadas, sob a coordenação do Estado-Maior de Defesa, darão um amplo apoio operacional-logístico à Operação Javari, a maior já realizada pelo Ministério da Saúde/Fundação Nacional de Saúde (Funasa) na região. A operação irá atender, com ações de imunização e assistência básica de saúde, cerca de 4 mil índios do Vale do Javari. O Vale localiza-se no extremo ocidente do Amazonas, próximo à fronteira como o Peru.

Cerca de 300 militares estarão envolvidos na operação. O apoio das Forças Armadas será fundamental para complementar as ações de saúde da Funasa e permitir que as equipes da fundação, compostas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e de laboratório, consigam se deslocar entre as aldeias localizadas em áreas de difícil acesso.

Marinha - A Marinha participará da operação com dois Navios de Assistência Hospitalar (NAsH), o Oswaldo Cruz e o Carlos Chagas. O Oswaldo Cruz ficará 37 dias em operação. Ele partiu na manhã desta segunda-feira (14/04), de Manaus, em direção à comunidade de São Luís, onde chegará no dia 23 de abril. São Luís será o pólo-base para o atendimento médico a dez aldeias com 729 índios. A bordo do Oswaldo Cruz estão 15 militares profissionais de saúde entre médicos, enfermeiros, dentistas, pessoal de apoio, além de vacinas e medicamentos.

Os dois navios têm mais de 47 metros de comprimento, um raio de ação de aproximadamente 6.350 Km e capacidade de transportar uma tripulação de 50 pessoas. É equipado com sala de cirurgia, duas enfermarias, laboratório, farmácia, equipamento de raios X, gabinetes médicos e odontológicos. Dispõe ainda de um helicóptero UH-12 Esquilo e duas lanchas rápidas, que poderão ser utilizados no atendimento aos índios.

O NAsH Carlos Chagas sairá dia 30 de abril de Manaus. Ele irá cumprir uma operação de Assistência Hospitalar às Comunidades Ribeirinhas do Amazonas (ASSHOP), já acertada anteriormente com o Ministério da Saúde, nos rios Solimões, Içá e Javari. O atendimento específico às comunidades do Javari será feito entre os dias 18 e 23 de maio.

Anualmente, a Marinha do Brasil desenvolve uma série de operações de Assistência Hospitalar às Comunidades Ribeirinhas do Amazonas (ASSHOP). Elas englobam os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. Este ano já foram realizadas quatro operações e feitos 53.400 atendimentos médicos e odontológicos.

A operação do NAsH Oswaldo Cruz no Vale do Javari foi montada extraordinariamente para atender à demanda do Ministério da Saúde/Funasa.

Exército - O Exército participará da Operação Javari prestando apoio logístico às equipes da Funasa. Oitenta homens do Comando Militar da Amazônia atuarão em duas bases de apoio. Elas funcionarão simultaneamente em pontos distintos da região. Os militares que trabalharão nas bases partirão de Cruzeiro do Sul, no Acre, nesta segunda-feira, 14 de abril.

Cada base do Exército terá 40 homens e até 15 barracas. Nas bases haverá equipamentos de saúde e de comunicação, alojamento, local para refeições, cozinha, banheiro, enfermaria e local para atendimento aos indígenas.

As duas bases fornecerão apoio para que os profissionais de saúde da Funasa atendam 2.919 indígenas. Além das bases, o Exército também vai colocar à disposição um helicóptero Black Hawk (dependendo da demanda, poderão ser dois), para transporte das equipes e, em casos emergenciais, de indígenas que precisem ser removidos até o Hospital de Guarnição de Tabatinga, cuja estrutura também estará disponível para a operação. A missão de apoio do Exército terá duração de 60 dias.

Aeronáutica - A Aeronáutica vai reforçar a logística da Operação Javari com um helicóptero Black Hawk, já envolvido no apoio à outra operação da Funasa, a Operação Gota, que realizará, a partir de 19 de abril, ações de multivacinação nas comunidades indígenas da Amazônia. Para a Operação Gota, a Força Aérea Brasileira (FAB) destinará 100 horas de vôo do Black Hawk. Está previsto também o apoio da Aeronáutica para o transporte das equipes da Funasa de Manaus (AM) para Cruzeiro do Sul (AC).

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