Os Sucatinhas vão para o museu

Agora, nas pegadas da Argentina, País resolve comprar jatinhos da Embraer.

Camila Pati

Depois da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, Lula se rendeu aos jatos executivos da Embraer. É que o presidente decidiu substituir os dois aviões que, juntos com o AeroLula, compõe afrota presidencial. Os chamados Sucatinhas - dois velhos boeing-737-200 - vão ser trocados por aeronaves da empresa brasileira. O modelo escolhido é o mesmo que seduziu a presidente da Argentina e que vai substituir o Tango 01. Trata-se da versão Lineage 1000, que oferece áreas privativas e tecnologia Wi-fi. A primeira unidade deve ser entregue à Presidência até dezembro deste ano, por US$ 41 milhões.

Os Sucatinhas valem o apelido e merecem aposentadoria. Comprados durante o governo Ernesto Geisel, este ano completaram 32 anos. Usados como substitutos do "AeroLula" - um Airbus A-319 - um dos aviões chegou a dar um susto na Força Aérea Brasileira ao apresentar problemas técnicos durante o vôo sobre a África, em outubro do ano passado. O Sucatinha transportava empresários e jornalistas que acompanhavam o presidente Lula em viagem ao continente africano. A aeronave teve que retornar à capital do Congo, Brazzaville, uma hora depois de decolar em direção a Johannesburgo, na África do Sul.

Segundo o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica atroca faz parte do programa de reaparelhamento da FAB e é necessária porque, como o modelo saiu de linha, a manutenção é cara. "O envelhecimento dos aviões gerou a aparecimento de carências operacionais e logísticas e o aumento dos custos para o cumprimento das missões atribuídas à FAB", informou a Aeronáutica. Apesar de não revelarem o conteúdo das negociações, Embraer e Aeronáutica confirmam que têm conversado. Uma série de exigências foram feitas à Embraer, que vai adaptar a aeronave de modo que ela atenda às necessidades da Presidência. O número de lugares é uma delas. A versão Lineage executiva tematé 19 lugares, mas o governo quer que sejam 40 os assentos. Além disso, a autonomia da aeronavetem que permitir ao presidente sair de Brasília e ir a qualquer país da América do Sul sem escalas, e até mesmo atravessar o Oceano Atlântico. Segundo a Embraer, o Lineage 1000 pode ir de Nova York a Paris sem parar porque tem alcance de 7.778 km. Um bom manejo em pistas curtas, como a do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Jaaneiro, com 1.300 metros, também faz parte das especificações apresentadas à Embraer.

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