Depois, vão dizer que não sabiam de nada!



Recebemos de um ilustre brasileiro, a quem deixamos de nomear para evitar que seja alvo de mais perseguições do que as já sofridas, excelente texto de entrevista do escritor Dario Azzelini, autor do livro O Negócio da Guerra, concedida aos jornalistas Natália Aruguete e Walter Isaía, em Buenos Aires, em junho, da qual extraímos algumas afirmativas importantes.

De início, é importante salientar que ainda não foi julgada a Adin pelo Supremo Tribunal Federal (STF) impetrada pelo governo estadual de Roraima conta a demarcação em área contínua da região Raposa Serra do Sol para índios patrocinados por ONGs, entidades e administrações alienígenas.

É oportuno recordar para nossos leitores alguns pontos importantes:

1 - O país que tiver o controle da Amazônia será a potência do terceiro milênio. A região é rica em tudo aquilo que a humanidade necessita para sobreviver nos próximos anos, considerando-se em especial o aumento da demanda provocado pelo ingresso no mercado de bilhões de pessoas, antes alijadas do consumo, bem como pela sofisticação de consumo supérfluo de parcelas privilegiadas da população mundial. Possui da água, o ouro branco que ocasionará guerras pela sua posse, até o nióbio, vital para as modernas inovações em tecnologia de ponta, passando pela biodiversidade, petróleo, ouro, diamantes azuis, bauxita e mais o que o leitor possa imaginar;

2 - A Amazônia é cobiçada, desde séculos atrás, por inúmeros países ricos, que são detentores de capital e tecnologia abundantes, mas não são detentores dos vastos recursos naturais encontrados na região. São conhecidas declarações de líderes mundiais, no passado e no presente, afirmando categoricamente que a área deve ser internacionalizada e que os países, como o Brasil, que têm a sua posse, são incapazes de protegê-las;

3 - Sob orientação da ONU foram criadas vastas reservas indígenas no Brasil, "por coincidência" justamente nos mesmos sítios onde estão as principais jazidas minerais do país;

4 - Inocentes úteis (?) inseriram em nossa Constituição artigos que determinam: "Tratados internacionais assinados pelo Brasil (e referendados pelo Congresso) passam a ter força de lei";

5 - A ONU publica uma declaração de "Direitos dos povos indígenas", que inclui o direito, dentre outros inaceitáveis, de escolher sua nacionalidade, inclusive uma própria. Inacreditavelmente, isto é assinado pela representação brasileira, ao contrário de outras nações que poderiam ter problemas futuros com seus indígenas respectivos, como os EUA, Austrália, Nova Zelândia etc.

6 - Várias tribos já consideram seus territórios independentes por orientação de ONGs estrangeiras. Fecham estradas, criam "governos", bandeiras, começam a ter representação internacional.

Atualmente, é mais difícil a um brasileiro conseguir permissão para adentrar estes territórios do que para visitar um país estrangeiro. Enquanto isto, estrangeiros são admitidos nos mesmos territórios sem qualquer restrição.

De fato, não adianta afirmar que os índios somente são detentores da posse, pois as terras continuam a ser da União. Na prática, elas deixam de ser. Estamos a um passo de estas tribos declararem as suas respectivas independências, amparadas na ONU, com a contratação de tropas mercenárias, pagas por grandes empresas transnacionais, a exemplo do ocorrido no Iraque, em uma etapa inicial.

Os países mais ricos reconhecerão as novas nações, aproveitando-se de sua fraqueza para dominá-las. Caso os mercenários não sejam bem sucedidos, então estes governos poderão intervir diretamente, sempre sob a égide da ONU.

Não é por acaso que houve a criação do Ministério da Defesa e que nossas Forças Armadas estão sendo progressivamente anuladas, desprovidas de meios para cumprir sua missão constitucional e sob constante fogo inimigo da mídia amestrada.

Aí será tarde para arrependimentos. A partir de agora, ninguém pode ignorar esta realidade, anunciada até com certa desenvoltura. E os omissos, coniventes e traidores passarão à História do Brasil como tal, sendo motivo de ódio e vergonha de seus descendentes.

Na entrevista do escritor Azzelini, pinçamos as seguintes afirmativas: "As primeiras CMPs (companhias militares privadas) nascem imediatamente depois da II Guerra Mundial, porque o Exército dos Estados Unidos tinha grande capacidade de transporte que já não precisava manter e começou a privatizar parte do transporte";

"Não se faz a guerra para implementar outro modelo econômico, mas a guerra mesmo é o mecanismo de lucros"; "Agora, no Iraque há 180 mil empregados das CMPs, segundo dados do próprio Exército norte-americano. Quantidade maior do que a dos soldados do exército"; "Em seus contratos lhes é assegurado que não podem ser submetidos à Justiça civil dos países em que eles atuam";

"É um negócio que deve estar movimentando ao redor de US$ 150 bilhões a US$ 200 bilhões por ano no mundo"; "Também há ligações entre empresas transnacionais de recursos naturais como petrolíferas e mineradoras"; "Há milhares de empregados latino-americanos trabalhando para as CMPs: ex-militares da Argentina, Chile, Honduras, El Salvador e polícias especiais do Brasil e Peru".

Marcos Coimbra
Membro do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (Cebres), professor aposentado de Economia na Uerj e conselheiro da ESG.

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