Como a Helibras, com sede
RICARDO OSMAN
FUNDADA EM
Inicialmente, será criada uma linha de produção exclusiva para os Super Cougar na Helibras. Por isso, a previsão é de que o quadro de funcionários irá dobrar de tamanho nos próximos quatro anos. De 250 funcionários atuais deverá ir para 500, segundo seu presidente. A receita também deverá dar salto expressivo: dos atuais US$ 99 milhões por ano, oriundos sobretudo das vendas dos helicópteros Esquilo, deverá seguir para o patamar dos US$ 200 milhões. "O faturamento vai mais do que dobrar no período", antecipa Hardy. O grande desafio para se tornar a "Embraer dos helicópteros" é o acesso à tecnologia. Por isso, o plano prevê o repasse de tecnologia da Europa para o Brasil, conforme acertado com o governo federal e o de Minas - este também acionista da Helibras. "Nosso objetivo é incorporar na fábrica brasileira as tecnologias mais avançadas do setor", conta Hardy. "Para que isso aconteça, vamos intensificar o intercâmbio entre funcionários para provocar a troca de experiências." Conforme o definido, os sistemas mecânicos, eletrônicos e de combate dos Super Cougar serão, progressivamente, fabricados no Brasil. Terá prioridade neste cronograma o sistema mecânico. Uma das primeiras peças a serem montadas no País será a caixa de transmissão dos novos helicópteros. Os primeiros aparelhos deverão ficar prontos em 2010, mas serão montados, basicamente, com componentes importados. Ao longo da próxima década, a linha de montagem nacional ganhará força e será capaz de produzir até 50% dos componentes dos Super Cougar, conforme Hardy. "Estamos prevendo também a vinda de vários fornecedores para a região, inclusive fornecedores do Exterior", acrescenta ele.
Para atender a seus objetivos, a empresa conta com a parceria com o Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA), instalado
"ANTES DE 2010 ESTARÃO VOANDO OS PRIMEIROS SUPER-HELICÓPTEROS"
O ex-governador do Acre pelo PT e engenheiro Jorge Viana ocupa a presidência do Conselho de Administração da Helibras. Amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, coube a ele papel relevante nas articulações que levaram ao surgimento do novo pólo industrial. Viana concedeu a seguinte entrevista à DINHEIRO:
Como surgiu o projeto do novo pólo?
O Brasil iria fazer uma licitação para comprar 26 helicópteros de grande porte, mas isso seria apenas uma compra para reequipar as Forças Armadas. Em vez disso, o Brasil optou pela implantação de um parque industrial de produção de helicópteros. Isso é um ganho.
De que forma isso atende aos interesses do governo?
O pólo faz parte de uma agenda nova, vinculada à política industrial lançada pelo presidente Lula e o ministro Miguel Jorge. Uma política atrelada ao que o ministro Nelson Jobim está fazendo em relação à defesa do País. O projeto uniu todo mundo e é um marco da nova era da produção de helicópteros na América Latina.
Qual a vantagem estratégica do pólo para a Eurocopter?
A Eurocopter precisa fugir do custo europeu de produção. Por isso, parte de suas atividades deve se dar ao redor do mundo. Neste sentido, o Brasil é um dos mais atrativos pólos porque tem mão-de-obra qualificada, desenvolvida graças à Embraer. Avalio que a Eurocopter ganhou uma corrida, uma vez que outras empresas do setor gostariam de vir para cá. Antes de 2010 já estarão voando os primeiros super-helicópteros produzidos no Brasil.