Situação afegã é precária e urgente, diz Obama

Senador volta a defender transferência ao país de soldados americanos hoje no Iraque e critica políticas de Bush


DA REDAÇÃO

O virtual candidato do Partido Democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama, disse ontem que a situação no Afeganistão é "precária e urgente" e prometeu, caso seja eleito, continuar combatendo "com vigor" o terrorismo no país.

As declarações foram feitas em entrevista à TV americana CBS, após encontro com o presidente afegão, Hamid Karzai, no segundo dia de visita ao país.

O senador do Estado de Illinois afirmou que, ao focar seus esforços e recursos militares no Iraque e não na luta contra o Taleban no Afeganistão, o governo de George W. Bush comete "um de seus grandes erros estratégicos depois do 11 de Setembro".

A presença do Exército dos EUA é quatro vezes maior no Iraque do que no Afeganistão. De acordo com autoridades militares, os ataques no leste afegão aumentaram 40% este ano em comparação com o mesmo período de 2007.

Diante da deterioração da situação no Afeganistão, crescem as dúvidas sobre a capacidade que as forças internacionais têm para combater os insurgentes do Taleban, grupo radical islâmico no poder entre 1996 e 2001 e hoje reconvertido à guerrilha.

"Começa a haver um consenso crescente de que é hora de retirarmos as tropas do Iraque e alocá-las no Afeganistão, e eu acho que nós temos que aproveitar a oportunidade. Agora é a hora de fazermos isso", disse Obama, que tomou café-da-manhã com tropas americanas e encontrou líderes militares afegãos, além do presidente Karzai.

"[A situação] é precária e urgente no Afeganistão, e eu acredito que isso tem de ser nosso foco principal, o front central na nossa batalha contra o terrorismo", disse.

Anteontem, a revista alemã "Der Spiegel" afirmava que o premiê iraquiano Nuri al Maliki apoiava o plano de Obama de retirada tropas americanas do país num período de 16 meses.

Ontem, porém, o porta-voz do governo afirmou que houve um erro de tradução da revista e que Maliki não apoiou o plano anunciado por Obama.

A divulgação do plano de retirada de Obama antes de sua viagem foi alvo de críticas de seu rival, o republicano John McCain. "Aparentemente ele está confiante o bastante de que não vai encontrar fatos que possam mudar sua opinião ou alterar sua estratégia. Impressionante", ironizou McCain. "Pela minha experiência, as missões exploratórias funcionam do modo contrário: primeiro você acessa os fatos no campo e depois você apresenta sua estratégia", disse o senador republicano.

Obama defende a retirada das tropas americanas do Iraque numa velocidade de uma brigada ou duas por mês, em sintonia com incremento do contingente no Afeganistão, onde ele propôs enviar mais 7.000 soldados. McCain diz que é preciso mais 10 mil soldados, apesar de não ter ficado claro se seriam tropas americanas ou da Otan (aliança militar ocidental).

Depois do Afeganistão, Obama segue seu giro internacional em mais seis países - Iraque, Jordânia, Israel, França, Reino Unido e Alemanha. Um dos pontos altos da turnê será o discurso da próxima quinta na Coluna da Vitória, em Berlim.

Com agências internacionais

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