Rússia poderá, no final, recuperar sua presença militar em Cuba e no Vietnã



As bases do exército russo em Cuba ainda poderão tornar-se realidade. O General-Coronel Leonid Ivashov, presidente da Academia de Ciências Geopolíticas, declarou, segunda-feira, que a recuperação da presença militar russa em Cuba poderá tornar-se uma resposta real ao aumento em curso da pressão militar e política dos Estados Unidos sobre a Rússia.

"É segredo de todos conhecido que o Ocidente, nos anos recentes, vem estabelecendo uma zona-tampão ao redor da Rússia, envolvendo, nesse processo, estados europeus e bálticos, a Ucrânia e o Cáucaso. A expansão da presença militar russa no exterior, particularmente em Cuba, poderá tornar-se uma resposta às atividades lideradas pelos Estados Unidos," citou a RIA Novosti como palavras de Ivashov.

Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, fez uma visita de trabalho a Cuba em 30-31 de julho e teve reuniões com ministros cubanos a respeito de defesa e assuntos internos.

Leonid Ivashov disse que a visita de Patrushev à "ilha da liberdade" foi feita para discutirem-se as formas da possível presença militar da Rússia na ilha.

"Há baías convenientes para reconhecimento e couraçados e uma rede dos assim chamados postos avançados de ação temporária em Cuba. Podemos retomar o funcionamento do centro de radar em Lourdes ao ser dado o 'de acordo' da administração cubana. Para tanto será necessário, todavia, embarque de novo equipamento de radar," disse Ivashov.

O oficial enfatizou também a importância de a administração russa modernizar um centro de suporte técnico para vasos da Marinha Russa no porto de Tartus na Síria. Por fim, Ivashov não descartou a possibilidade de retomar negociações com o Vietnã a propósito da possibilidade de a Rússia localizar seus navios de combate no porto de Cam Ran.

Leonid Ivashov presidiu o departamento de cooperação internacional de defesa do Ministério da Defesa da Rússia em 1996-2001.

O ex-comandante da Marinha da Rússia no Mar Negro, Eduard Baltin, também disse que há bases convenientes em Cuba, onde navios russos poderiam ficar atracados. "Tecnicamente é possível, embora não haja, no presente, necessidade estratégica," disse o almirante.

O centro russo de intercepção de rádio operou em Cuba até 2002. O centro era chamado oficialmente de Centro Eletrônico Russo em Lourdes. Permitia interceptar dados transmitidos de satélites de comunicação dos Estados Unidos, de cabos de telecomunicação baseados em terra e até mensagens do centro da NASA na Flórida. A base foi fechada em outubro de 2001. O aluguel anual pelo uso da base em Lourdes era, acredita-se, de $200 milhões de dólares.

A maior base da Marinha da Rússia no exterior foi fechada em 2002. O acordo entre a Rússia e o Vietnã em 1981 estipulava o uso de dois ancoradouros para couraçados e submarinos russos, cerca de 30 armazéns e uma pista para todos os tipos de avião.

Cam Ran desempenhava papel fundamental nos planos da Marinha Russa, porque era a única base capaz de proporcionar a presença de vasos russos no Oceano Índico e na área do Golfo Pérsico. O aluguel anual montava $300 milhões de dólares.

O centro de suporte técnico da Marinha Russa em Tartus, na Síria, ainda funciona, sem ônus.

Autor do post: Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme

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