Venezuela e Rússia reafirmam parceria estratégica



O governo russo desmentiu nesta quinta-feira que tenha pretensões de instalar uma base militar na Venezuela e que a cooperação em Defesa com a Venezuela não pretende ameaçar a segurança de ninguém.

O embaixador da Rússia na OTAN, Dmitri Rogozin assegurou que acordos semelhantes deverão ser firmados com outros países latino-americanos. Ele afirmou que os dois bombardeiros estratégicos russos Tu-160 que aterrizaram na Venezuela nesta quarta-feira, realizarão uma série de vôos de treinamento.

Rogozin explicou que "se ampliam as possibilidades das Forças Armadas russas e se eleva a qualidade dos exercícios militares que neste período nada fácil se efetuam para manter o devido nível da capacidade defensiva da Rússia".

O ex-comandante da Força Aérea rusa, general Piotr Deinekin, acredita que os exercícios conjuntos mostram o fortalecimento da cooperação bilateral entre Rússia e Venezuela. Os supersônicos devem retornar à Rússia no dia 15 de setembro.

A chancelaria russa declarou que "todos os vôos militares se realizarão em estrita observância das normas internacionais sem violar fronteiras de países estrangeiros".

O Tupolev Tu-160 é um bombardeiro supersônico pesado, catalogado como o avião mais potente do mundo, superior ao B-1 Lancer, dos Estados Unidos.

O presidente Dmitri Medvedev tomou a decisão pessoal de enviar as aeronaves à Venezuela. Ele afirmou ainda que a Rússia seguirá participando de exercícios militares também com países da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) e como todos aqueles que tenham interesse em ampliar a cooperação técnico-militar.

Aliança

O chefe do Comando Estratégico Operacional (CEO), general Jesús González, afirmou que Venezuela e Rússia mantém uma relação plena de cooperação e assistência técnica, o que fortalece a relação estratégica entre os dois países.

Segundo ele, é nesse contexto que se inserem as manobras militares que ambos realizam em novembro em águas do Mar do Caribe.

Ele reconheceu também que as hostilidades norte-americanas contra a Venezuela contribuíram para uma maior aproximação com a Rússia. González lembrou que os Estados Unidos bloquearam a compra de peças de reposição e equipamentos necessários à atualização da tecnologia militar.

"A Rússia foi uma das nações que nos brindou cooperação científica quando Washington nos negou”, afirmou González para quem os exercícios também estão enfocados na capacitação do material adquirido pela Venezuela à Rússia (aviões, helicópteros e fuzis).

Guerra Fria

O ministério de Relações Exteriores da Rússia informou que o acordo para a realização de exercícios conjuntos com a Venezuela não têm nenhuma relação com o conflito no Cáucaso.

Os exercícios deverão ser realizados entre os dias 10 e 14 de novembro e a Rússia deverá enviar para a costa venezuelana, o navio nuclear “Pedro o Grande”, o navio anti-submarino “Almirante Chebanenko” e um navio cisterna.

“Pedro o Grande” é um navio armado com mísseis terra-terra e 500 torpedos terra-ar.

O diretor de Inteligência Estratégica do Estado-Maior Naval, da Marinha venezuelana, contra-almirante Salbatore Cammarata, informou que participarão dos exercícios quatro navios e mil militares russos, além de fragatas e esquadrões patrulheiros e de transporte e unidades aeronavais e submarinas da Venezuela.

O governo dos Estados Unidos não esconde a preocupação com a presença militar russa na América do Sul e estará atento aos movimentos realizados com a Venezuela.

Analistas internacionais entendem que a aproximação entre Rússia e Venezuela tem relação direta com o aumento da presença norte-americana no Mar Negro. Além disso, encontra-se na América do Sul o `USS Kearsarge` da IV Frota da Marinha norte-americana.

O porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack preferiu ridicularizar a parceria russo-venezuelana. “Ah, se a Rússia realmente pretende mandar navios para o Caribe isso significa que eles conseguiram encontrar algumas embarcações capazes de chegar tão longe”.

Em retaliação, a administração Bush ordenou a retirada do Congresso do projeto de cooperação nuclear com a Rússia.

O presidente Hugo Chávez afirmou ainda que entre os dias 2 e 14 de novembro, Venezuela e Brasil deverão realizar mais uma edição da operação VENBRAS.

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