Vitrine da Embraer



Viviane Vaz

Um avião da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), o Super Tucano, está ajudando a Colômbia a vencer as Farc. A parceria tem contribuído para aumentar as vendas da empresa brasileira na região.

“O Brasil pode se sentir orgulhoso: esse foi um recurso muito útil no reforço contra os insurgentes”, disse ao Correio o vice-ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón. “O avião foi feito para as nossas necessidades. A configuração que tem hoje não é padrão, tem especificações. Sempre dizemos à Embraer que estamos fazendo um ótimo marketing”, contou à reportagem a diretora de Planejamento do ministério, Yaneth Giha Tovar. Ela considera que o Super Tucano, associado à nova estratégia militar, tem sido o segredo do êxito do governo. “A organização de combate foi revista, a inteligência fortaleceu-se muito. As operações hoje em dia são bem-sucedidas porque temos informação muito boa e a utilizamos muito bem”, completa.

O vice-ministro ressalta que não basta ter o avião: é preciso “saber usá-lo”. “Hoje, temos uma doutrina para o emprego dele. Os países que compram pensando que ‘na Colômbia funcionou bem’ se enganam.” Pinzón considera que a experiência colombiana e a tecnologia brasileira representam uma grande oportunidade para que os dois países atuem conjuntamente. “Podemos ajudar outros países a usarem nossa experiência com um magnífico equipamento brasileiro.”

Na América do Sul, a Força Aérea Chilena acertou em agosto com a Embraer a compra de 12 Super Tucanos. Em abril, o Equador já havia demonstrado interesse pelo modelo. Na América Central, a República Dominicana e a Guatemala entraram na fila para adquirir o novo campeão de vendas da empresa brasileira. Super Tucanos voam também na França, Reino Unido, Egito e Kuweit. Até 2010, o mercado asiático deve encomendar mais 200 unidades, com valor total de US$ 1,1 bilhão.

A Colômbia foi o primeiro cliente. A Embraer entregou em agosto passado o último dos 25 aviões encomendados pela Força Aérea Colombiana, um pacote de US$ 237 milhões. O primeiro foi entregue em dezembro de 2006 e a parceria comercial escolhida foi o off-set, que supõe contrapartidas por parte do fornecedor, como manutenção e investimentos. “A Embraer se comprometeu a nos dar 100% de compensação”, diz Yaneth. “Não é que vá pagar: vai criar outros negócios com benefícios para todas as partes”, esclarece a funcionária da Defesa.

A Colômbia também espera participar da construção dos aviões. “A Embraer cresceu tanto que hoje em dia tem muitos pedidos e pouco tempo para produzir. O que nós queremos dizer é: subcontrate-nos, que podemos oferecer muitas coisas”, diz a diretora de Planejamento.

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