União Européia rejeita envio de tropas ao Congo

Proposta francesa, derrotada, reforçaria missão da ONU



DA REDAÇÃO

O Reino Unido e a Alemanha frustraram ontem os planos franceses de enviar 1.500 soldados da União Européia em reforço ao contingente da ONU na República Democrática do Congo. Os 17 mil capacetes azuis da missão de paz, a maior em exercício no mundo, foram incapazes de conter a violência no leste do país, dominado por rebeldes tutsis.

A posição do chanceler britânico, David Miliband, prevaleceu ontem no encontro de ministros europeus das Relações Exteriores e da Defesa. Miliband defende uma solução política para a crise congolesa e o engajamento, se necessário, de soldados da União Africana. O governo do Congo descarta diálogo com os rebeldes, que acusa de crimes de guerra.

O secretariado geral da ONU também pressiona Kinshasa a adotar uma solução política, mas insiste no envio de mais 3.000 homens para conter a violência. Teme-se que o envolvimento de países da região provoque uma escalada do conflito. Entre 1998 e 2003, seis Exércitos africanos envolveram-se na guerra civil congolesa, que já matou 5 milhões.

Liderados por Laurent Nkunda, os insurgentes disputam o controle das minas e acusam o governo de tolerar ataques contra os tutsis (menos de 1% da população). Em 1994, após a derrota da milícia hutu responsável por massacres de tutsis em Ruanda, centenas de milhares de hutus cruzaram a fronteira para o Congo, intensificando as disputas por recursos no leste do país.

Os conflitos das últimas semanas forçaram 250 mil pessoas a deixarem suas casas. A ONG Médicos Sem Fronteira alerta para o perigo de uma epidemia de cólera no leste do país, que poderia elevar para milhares o número de vítimas civis. Desde sexta-feira, foram registrados mais de 50 casos da doença em Goma, capital da Província do Kivu do Norte e maior cidade da região.

Com agências internacionais

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