Paquistão pede que Índia reposicione suas tropas para "posições de tempo de paz"



O ministro de Relação Exteriores do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi, defendeu hoje o "diálogo'" para diminuir a escalada de tensão com a Índia e pediu ao país vizinho que, como sinal de boa vontade, "recoloque'" suas tropas na fronteira entre as potências para "posições de tempos de paz". Ele reiterou sua oferta de enviar uma delegação para Nova Délhi para ajudar na investigação dos ataques terroristas do final de novembro.

Em mensagem televisionada, Qureshi lembrou que "o diálogo está no interesse dos dois países" e sugeriu que os dois governos entrem em negociações e usem "os canais diplomáticos" para resolver disputas como as da região da Caxemira, que geraram a crise que culminou nos atentados de Mumbai.

A resposta em Nova Délhi não chegou rapidamente através do ministro de Relações Exteriores da Índia, Pranab Mukherjee, que negou que as tropas indianas tenham se mobilizado ou sido reforçadas na fronteira com o Paquistão e declarou que qualquer movimento militar deve ser atribuído a "exercícios normais de inverno" que acontecem a cada ano. "Nem há mobilização nem há escalada de tensão".

Um porta voz do das Forças Armadas indianas negou neste sábado (27) que tenha havido qualquer mobilização de tropas, mas disse à rede de notícias "CNN" que estavam atentos à qualquer movimentação paquistanesa.

Autoridades paquistanesas insistem, no entanto, que têm informação que demonstra movimentos na linha da fronteira entre os dois países.

Movimentações paquistanesas

As discussões seguem uma suposta movimentação de tropas paquistanesa para a região de fronteira com a Índia na semana passada que, segundo um oficial paquistanês, ocorreu em resposta a deslocamentos de tropas indianas.

Oficiais da inteligência paquistanesa haviam dito que o país está movendo milhares de soldados da fronteira do Afeganistão para a da Índia. Testemunhas em cidades fronteiriças declararam ter visto uma movimentação de tropas maior que o de costume, mas não houve sinais de reforço militar em massa do lado Paquistanês.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, expressou nesta segunda-feira (29) à Índia e ao Paquistão sua preocupação com as tensões crescentes entre as duas potências nucleares.

Mumbai

As ações terroristas coordenadas, levadas a cabo em 26 de novembro deste ano em Mumbai, capital financeira da Índia, concentraram-se em regiões nobres da cidade, onde ficam dois dos mais luxuosos hotéis: Taj Mahal e Oberoi Trident, além do aeroporto internacional. Ao todo, 172 pessoas morreram devido aos ataques.

Explosões também foram registradas em outros pontos, como a estação de trem Chhatrapati Shivaji, uma das mais movimentadas da Índia, um cinema, delegacias, um hospital que atendia feridos nos ataques e o popular Café Leopold, muito freqüentado por turistas e gente de Bollywood -- a indústria cinematográfica indiana.

Os ataques foram assumidos por um grupo terrorista desconhecido, os Mujahedin de Deccan (Deccan é um planalto no sul da Índia), que, segundo os investigadores indianos, citando o interrogatório do único terrorista capturado vivo, teriam sido treinados pelo Lashkar-e-Taiba.

Com EFE e Associated Press

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