Veículos blindados israelenses entram na Faixa de Gaza

O Exército israelense enviou tanques e veículos blindados à Faixa de Gaza neste sábado, uma semana depois do início de suas operações militares no território palestino.


Uma porta-voz militar israelense afirmou que o objetivo é assumir o controle de áreas usadas por militantes palestinos para o lançamento de foguetes contra Israel.

Segundo o correspondente da BBC em Jerusalém Tim Franks a ofensiva terrestre começou com artilharia pesada em áreas em volta do norte e leste da Faixa de Gaza.

Horas depois palestinos que estão dentro do território afirmaram que quatro colunas de veículos blindados israelenses entraram na Faixa de Gaza em quatro pontos distintos. Estes veículos contavam com o apoio de helicópteros de combate.

O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, disse em uma entrevista coletiva logo depois do início da ofensiva terrestre que a operação não será "curta, nem fácil".

"A campanha não será fácil e não será curta. Sei dos perigos de uma ofensiva e o preço alto (a ser pago)", afirmou. "Não vou enganar ninguém. Os moradores do sul de Israel também passarão por tempos difíceis."

Reservistas

O jornal Haaretz informou que estão participando da operação na Faixa de Gaza a infantaria, tanques, artilharia e oficiais da inteligência, com o apoio da Força Aérea Israelense, Marinha e agências de segurança.

Segundo o correspondente da BBC em Jerusalém Paul Wood cerca de dez mil soldados israelenses e centenas de tanques estão reunidos em volta da Faixa de Gaza.

O gabinete do primeiro-ministro Ehud Olmert também anunciou a convocação urgente de "dezenas de milhares" de reservistas.

De acordo com Wood já ocorreram os primeiros confrontos com militantes do Hamas. O Haaretz, por sua vez, afirmou que informações iniciais indicam que soldados israelenses mataram dezenas de atiradores do Hamas.

Pouco antes do início da operação terrestre, o Hamas divulgou uma declaração prometendo que as crianças palestinas iriam pegar os pedaços de tanques e partes dos corpos de soldados israelenses.

Nestes sábado militantes da Faixa de Gaza dispararam mais foguetes contra o sul de Israel, um deles atingiu o porto de Ashdod, ferindo duas pessoas.

Mesquita

Os militares israelenses aumentaram os ataques contra a Faixa de Gaza e mais ataques aéreos foram lançados neste sábado.

Pelo menos 13 palestinos foram mortos em um dos ataques aéreos, contra uma mesquita.

Um míssil disparado por Israel atingiu a mesquita em Beit Lahiya. Segundo a correspondente da BBC Katya Adler, testemunhas afirmaram que a mesquita era pequena, mas estava lotada de fiéis quando foi atingida.

De acordo com o hospital local entre as 13 pessoas mortas estão dois meninos. Outras 30 pessoas ficaram feridas.

Adler acrescenta que Israel destruiu várias mesquitas desde o início de sua ofensiva na Faixa de Gaza, há uma semana. Segundo os israelenses as mesquitas seriam usadas pelo Hamas para guardar armas.

Desde o início da ação militar, as forças israelenses já lançaram mais de 800 ataques contra a Faixa de Gaza, incluindo 40 neste sábado. Mais de 400 pessoas foram mortas, 25% delas civis, segundo fontes das Nações Unidas.

Até agora, quatro israelenses morreram em decorrência dos ataques com foguetes palestinos.

Protestos

Dezenas de milhares de pessoas participaram de protestos no mundo todo contra a ação militar israelense na Faixa de Gaza, pedindo um imediato cessar-fogo.

A maior manifestação ocorreu em Paris, onde mais de 20 mil pessoas se reuniram.

Em Londres cerca de 10 mil pessoas participaram do protesto e centenas de sapatos foram arremessados na entrada da residência do primeiro-ministro Gordon Brown, Downing Street, semelhante ao protesto de um jornalista iraquiano em Bagdá, que atirou um par de sapatos contra o presidente americano George W. Bush, em dezembro.

Também ocorreram protestos em Bruxelas, Haia, Amsterdã e Chipre.

Em Israel dezenas de milhares de árabes israelenses fizeram um protesto contra a ofensiva israelense na cidade de Sakhnin.

Um político árabe israelense, Jamal Zahalka, disse que esta foi a maior manifestação da minoria árabe israelenses nos últimos dez anos.

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