Ordem unida para a Rio-2011

Forças Armadas já recrutam atletas olímpicos para os Jogos Mundiais Militares



Ary Cunha

As Forças Armadas clamam por reforço. Oficiais brasileiros de Exército, Marinha e Aeronáutica já discutem estratégias conjuntas de treinamento e combate. A batalha que se anuncia não será em território inimigo. Para defender as cores da bandeira nacional contra potências militares estrangeiras, um novo tipo de recrutamento começou a ser feito sem alarde, no fim do ano passado. Jovens de 18 anos até são bem-vindos, desde que tenham experiência em confrontos internacionais. Protegido por fortes nas entradas da Baía de Guanabara, o Rio será palco dos V Jogos Mundiais Militares, que acontecerão em julho de 2011, com 4.900 participantes.

A Marinha largou na frente e já incorporou à tropa 37 atletas de nível olímpico, em modalidades como atletismo, judô, iatismo, triatlo, futebol feminino, taekwondo, natação e orientação. Os primeiros escolhidos fizeram exames de saúde e curso de formação à vida militar em novembro do ano passado, no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan).

Outra fase do recrutamento está em andamento, com mais 60 atletas. Entre eles, nomes conhecidos de quem acompanhou os Jogos de Pequim, como as medalhistas de prata Tânia Maranhão, Maycon e Bárbara, da seleção feminina de futebol.

Medalhistas viram oficiais na Europa

Os atletas ingressam como militares temporários e serão desligados das Forças Armadas ao fim dos Jogos. Dependendo do grau de instrução, recebem as patentes de cabo (com soldo de R$ 1,6 mil mensais), sargento (R$ 2,5 mil) ou segundotenente (R$ 3,8 mil).

Levantamento do Conselho Internacional de Esportes Militares (CISM) durante os Jogos de Pequim mostrou que 755 militares, entre atletas e técnicos, participaram das competições. Um número que pode ter sido bem maior, já que a anfitriã China não confirniou a presença de militares na sua delegação.

Alemanha, Itália e Grécia usam o ingresso militar como forma de garantir dedicação exclusiva e remuneração vitalícia a atletas. E não devem faltar no Rio medalhistas olímpicos disputando parte das 20 modalidades dos Jogos Militares. As provas serão divididas em quatro pólos: Deodoro, que ganhará um moderno ginásio até para os Jogos Olímpicos de 2016, caso o Rio seja escolhido como sede olímpica, além do Maracanã e orlas de Copacabana e Barra da Tijuca.

Atletismo, basquete, boxe, hipismo, esgrima, futebol, iatismo, judô, natação, pentatlo moderno, tiro, taekwondo, triatlo, vôlei e o estreante vôlei de praia se unem a modalidades de Forças Armadas, como pára-quedismo, orientação e pentatlos aeronáutico, naval e militar.

Essa prática é muito comum em países europeus. A Grécia deu patente de oficial ao judoca Ilias Iliadis depois que ele ganhou o ouro em Atenas. A Holanda também tem o Mark Huizinga, que derrotou o Honorato em Sydney-2000, como capitão explica o judoca peso-pesado João Gabriel Schlittler, que é soldado da Escola de Educação Física do Exército, na Urca.

Schlittler foi um dos quatro atletas militares que o Brasil teve em sua delegação de 277 competidores na China. Além dele, participaram dos Jogos o major Júlio Almeida, do tiro, o tenentecoronel Jefferson Moreira, do hipismo CCE, e o capitão Wagner Romão, do Pentatlo Moderno.

Quatro técnicos das Forças Armadas estiveram em Pequim.

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