Cúpula debate Afeganistão

No aniversário da aliança atlântica, chefes de Estado e governo dos 28 países-membros se reúnem para estudar pedido de mais tropas feito por Barack Obama. Segurança é reforçada contra protestos



Da Redação

Os líderes dos países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reúnem hoje e amanhã para comemorar o 60º aniversário da aliança. Desta vez, 28 chefes de Estado e governo vão participar do encontro, ampliado com a adesão da Albânia e da Croácia. A segurança foi reforçada para coibir manifestações violentas durante a celebração, que se dividirá entre a cidade francesa de Estrasburgo e a alemã de Kehl, vizinhas separadas pelo Rio Reno.

Desde a noite de terça-feira têm se repetido protestos na região de Estrasburgo, mas a preocupação das autoridades é com a grande passeata marcada para amanhã, coincidindo com a chegada dos governantes. A polícia decidiu que a demonstração poderá se realizar em área distante do centro da cidade, mas os organizadores do movimento contestam essa determinação.

Apesar da preocupação com os protestos, o tema que provavelmente dominará o encontro da Otan é o pedido de Barack Obama para que os aliados ajudem os Estados Unidos a garantir a segurança no Afeganistão. Obama deseja que os aliados façam contribuições no aspecto civil da missão internacional, priorizando o desenvolvimento econômico e institucional, além da formação de policiais afegãos.

O objetivo é que a força internacional comandada pela Otan, a Isaf — com 60 mil militares de 42 países —, deixe o Afeganistão quando destruir a rede terrorista Al-Qaeda, de Osama bin Laden, aliada no país aos extresmistas talibãs. Itália e Espanha já manifestaram a intenção de participar do projeto de Obama, anunciado na última sexta-feira. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou que não pretende mandar reforços.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, já havia comentado a questão afegã na terça-feira, durante uma conferência internacional sobre o país realizada na Holanda. Ela pediu aos membros do Talibã que abandonem o extremismo e aceitem o convite a uma “reconciliação honrosa”. No dia seguinte, porta-vozes dos talibãs rejeitaram a oferta de Hillary e insistiram que o único modo de acabar com a guerra é retirar as tropas estrangeiras do Afeganistão.

Zabihullah Mujahid, dirigente da milícia, classificou o projeto norte-americano como “uma ideia lunática”. Também lembrou as declarações feitas por Barack Obama no mês passado, quando mencionou a hipótese de estabelecer um diálogo com talibãs moderados. “Eles (os americanos) precisam procurar e encontrar o ‘Talibã moderado’, seus líderes, e conversar com eles”, ironizou.

Manifestações

Dezenas de pessoas que participariam em uma anticúpula da Otan, em Estrasburgo, foram impedidas de entrar na França, de acordo com autoridades locais e alemãs. Todas as fronteiras do território francês estão sob controle desde o último dia 20, e permanecerão assim até domingo. A polícia francesa garantiu que apenas 40 pessoas foram proibidas de cruzar a fronteira.

As autoridades da França acreditam que os manifestantes sejam militantes esquerdistas, fichados pelas polícias francesa e alemã, com alta probabilidade de cometer atos violentos. Os manifestantes desmentem a versão, garantindo que anarquistas, pacifistas e integrantes de todo o espectro político participam do protesto.

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