Taurus fecha acordo com israelenses



Sérgio Bueno, de Porto Alegre

A Forjas Taurus acertou uma associação com a Israel Weapon Industries (IWI), fabricante das submetralhadoras Uzi, para produzir no Rio Grande do Sul um novo modelo de fuzil de assalto destinado às Forças Armadas. A formalização do acordo depende da homologação, pelo Exército brasileiro, do Tavor, nome da arma desenvolvida pela israelense, disse o vice-presidente da Taurus, Jorge Py Velloso.

A expectativa de Velloso é que o Exército autorize ainda em abril o início dos testes, que deverão durar seis meses no campo de provas de Marambaia, no Rio de Janeiro. Se o produto for aprovado, as duas empresas vão investir US$ 22 milhões numa linha de produção específica na fábrica da Taurus em São Leopoldo (RS).

O executivo explicou que a intenção é constituir uma nova empresa, com 50% do controle para cada um. A nova fábrica começará a operar num prazo de dois anos após a homologação e vai exigir a contratação de 80 pessoas. O volume estimado de produção não foi informado, mas a ideia é também exportar o Tavor para outros países da América do Sul, disse Velloso.

Conforme o vice-presidente, o Tavor é um lançamento recente da IWI e começa a substituir os fuzis americanos M-16 usados pelo Exército israelense. Fabricado com polímero, o modelo é mais leve e mais curto do que outras armas similares.

Mais conhecida como fabricante de pistolas e revólveres, a Taurus vai apresentar o novo fuzil na feira Latin America Aerospace & Defense (Laad), que começa hoje no Rio de Janeiro. A empresa vai mostrar também a nova submetralhadora MT9, com calibre nove milímetros, desenvolvida em parceria com a chilena Famae.

Segundo Velloso, a submetralhadora, que será produzida no Rio Grande do Sul, é mais adequada para uso da Marinha e da Aeronáutica e também poderá ser exportada. A Taurus já fabrica um produto similar em parceria com a Famae (modelo .40, que usa projéteis de dez milímetros de diâmetro), destinado às polícias civis e militares e que responde por cerca de 5% das vendas totais de armas da empresa.

A nova linha de produtos deve ajudar a consolidar a participação do segmento de armas em torno de 60% da receita líquida consolidada da Taurus, que produz ainda capacetes para motociclistas, máquinas industriais, forjados, contêineres em plástico e ferramentas. No ano passado, as armas responderam por R$ 355,3 milhões da receita líquida consolidada do grupo, de R$ 599,2 milhões.

Até o fim do ano, a Taurus vai investir de R$ 8 milhões a R$ 9 milhões para produzir um revólver que utilizará munição de caça e até US$ 4 milhões na subsidiária em Miami (EUA) para fabricar uma pistola calibre .380. Os dois modelos serão destinados ao mercado americano. Conforme Velloso, os projetos vão exigir a contratação de 500 pessoas. O grupo emprega mais de 5 mil funcionários.

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