Coreia do Norte lança mais mísseis


Da Redação

No dia em que a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou o nome do próximo diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a Coreia do Norte deu mais uma demonstração de que continua “na ativa”. Ontem, o governo de Pyongyang lançou quatro mísseis de curto alcance em direção ao Mar do Japão — seu primeiro “teste” desde que a ONU impôs novas sanções(1) ao regime, há um mês. O disparo dos mísseis foi rechaçado rapidamente pelo primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, que considerou o lançamento “um ato de provocação”.

Segundo o ministério sul-coreano da Defesa, os dois primeiros mísseis foram disparados entre as 17h20 e as 18h (5h20 e 6h em Brasília), de uma base próxima ao Porto de Wonsan (sudeste do país).

Os outros dois lançamentos ocorreram depois de duas horas. Citando uma autoridade militar, a agência Yonhap afirmou que os quatro projéteis, identificados como mísseis KN-01 e com alcance de cerca de 160 quilômetros, percorreram cerca de 100 quilômetros antes de caírem no mar.

Essa é a terceira “demonstração” do poderio militar norte-coreano em menos de três meses: em 5 de abril, Pyongyang disparou um míssil de longo alcance e, em 25 de maio, realizou o segundo teste nuclear.

“Advertimos repetidas vezes que esses atos de provocação não beneficiam os interesses nacionais da Coreia do Norte”, disse Taro Aso, por meio de um comunicado. O porta-voz do governo japonês, Takeo Kawamura, afirmou ainda, em entrevista coletiva, que o Japão acredita em novos lançamentos, de curto e médio alcance, pelo norte-coreanos próximo a 4 de julho, por conta das comemorações do Dia da Independência dos Estados Unidos. Já Washington acredita na possibilidade de os testes chegarem cada vez mais perto do Havaí.

Em junho, Pyongyang já havia anunciado que “poderiam ocorrer manobras militares até 10 de julho” em direção ao leste. Os serviços de inteligência sul-coreanos confirmaram que o governo de Kim Jong-il estava se preparando para o lançamento de vários mísseis, incluindo alguns de longo alcance. O regime comunista ameaçou, inclusive, atacar Seul — que vem preparando, há algum tempo, suas forças de segurança contra possíveis ataques.

Novo comando

O sucessor do egípcio Mohamed El-Baradei na AIEA, o japonês Yukiya Amano terá muito trabalho para acompanhar os programas nucleares como o de Pyongyang. Em entrevista à agência France Presse em fevereiro de 2009, Amano, que representa o Japão na AIEA há quatro anos, admitiu abertamente que a agência não desempenha apenas um papel técnico como também político, principalmente em assuntos como o Irã, Síria ou Coreia do Norte. O diplomata de 62 anos, criticado por alguns por falta de carisma, é um grande especialista em temas nucleares e estratégicos. Ele assume em dezembro.

AS SANÇÕES

Em 2 de junho, o Conselho de Segurança da ONU aprovou o endurecimento às sanções contra a Coreia do Norte em resposta ao teste nuclear realizados no mês anterior. A nova resolução impõe um embargo total às exportações de armas do país e amplia a proibição das importações de armamento, além de permitir a inspeção de navios e de aviões suspeitos de transportar armas de destruição em massa. Ontem, o coordenador dos EUA para a aplicação de sanções contra Pyongyang, Philip Goldberg, se reuniu com membros do governo chinês para garantir que Pequim está aplicando as resoluções com o objetivo de “retornar ao diálogo sobre a desnuclearização e a não proliferação”. “Queremos nos assegurar de que as sanções estão sendo aplicadas com a colaboração de todos e que a comunidade mundial ajuda no cumprimento desse objetivo”, disse Goldberg.

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