OPERAÇÃO KHANJAR: A maior ofensiva da era Obama

Milhares de fuzileiros navais ocuparam a província de Helmand, reduto talibã no sul do país



Na maior ofensiva militar americana desde o início do governo de Barack Obama, cerca de 4 mil fuzileiros navais atacaram na madrugada de ontem um território do talibã na província de Helmand, no sul do Afeganistão. Os militares, que contam com o apoio de 650 soldados afegãos, além de tanques e helicópteros emprestados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), afirmam que a investida, chamada de Operação Khanjar, será decisiva e tem como objetivo tomar o controle de praticamente toda a região abaixo do vale do rio Helmand, considerado o centro-nervoso da insurgência talibã e a maior produtora mundial de papoula, uma flor utilizada na produção de ópio.

Ao tomar rapidamente o vale e construir bases para fornecer segurança ao povo local, os comandantes militares americanos esperam obter em poucas horas o que as tropas da Otan não conseguiram em muitos anos de operações na área. A operação visa a garantir segurança ao Afeganistão para a eleição presidencial de 20 de agosto.

A violência decorrente da insurgência liderada pelo talibã vem se agravando desde que o movimento foi destituído do poder, em 2001. A operação militar marca o primeiro grande teste da nova estratégia regional dos EUA para derrotar o talibã e seus aliados, e assim estabilizar o país asiático.

Com novas táticas para ganhar o apoio da população afegã e novos comandantes militares na região, as forças dos EUA esperam mudar o rumo de uma guerra que alguns em Washington admitem que não estão vencendo.

– A ofensiva vai durar até recuperarmos essa região, que agora não está sob controle do governo – afirmou um porta-voz do Ministério de Defesa.

Um porta-voz do talibã anunciou que seus milhares de combatentes em Helmand e Kandahar, no sul afegão, lutarão contra a ofensiva. Neste primeiro dia, só foram registradas pequenos conflitos.

Sequestro

Militares dos EUA informaram que um soldado americano está desaparecido desde terça-feira, capturado por militantes. A informação foi confirmada por um comandante do talibã, que disse à Reuters que o soldado foi capturado e somente será libertado quando os EUA soltarem seus combatentes que estão presos.

O Ministério da Defesa do Reino Unidos também informou ontem a morte de dois soldados britânicos na quarta-feira, no sul do Afeganistão, devido a uma explosão. Os militares morreram durante uma operação contra insurgentes perto de Lashkar Gah, capital da província de Helmand.

Até o momento, 171 membros das Forças Armadas britânicas morreram no país asiático desde a invasão da coalizão liderada pelos Estados Unidos, em novembro de 2001. O Reino Unido tem cerca de 8,3 mil soldados em território afegão, a maioria concentrados no sul, como parte da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), sob mandato da Otan.

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