Após reunião com Jobim, parlamentares dizem que acordo para compra de caças da França não está fechado



Claudia Andrade
Em Brasília

Líderes partidários que participaram de reunião com o ministro Nelson Jobim (Defesa), nesta terça-feira (8), afirmaram que o acordo com a França para a compra de 36 caças Rafale ainda não foi fechado.

Jobim reuniu-se com líderes partidários na residência oficial da Câmara dos Deputados, em Brasília. Na pauta, a política de defesa nacional, que ganhou impulso nesta semana com o anúncio de que o governo brasileiro iniciou negociações com a francesa Dassault para a compra de 36 caças Rafale.

A empresa francesa disputa o contrato com um concorrente dos Estados Unidos e outro da Suécia. A disposição em transferir tecnologia é apontada como a principal vantagem da oferta francesa. A visita do presidente Nicolas Sarkozy ao Brasil antecipou o posicionamento brasileiro favorável à compra das aeronaves francesas.

"Ele disse que a decisão definitiva ainda não foi tomada", disse o líder do PSB, deputado Rodrigo Rollemberg (DF). "A questão mais importante é a transferência de tecnologia e a leitura é que há uma dificuldade maior relacionada à transferência na proposta dos Estados Unidos. Essa questão será extremamente relevante. Acho mais difícil um acordo com os americanos".

O líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), vê o acordo em posição avançada com a Dassault. "A situação com os americanos está praticamente descartada porque foram impedidas vendas para outros países. Mas continua com a Suécia. Parece ser um negócio mais fechado com a França".

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, fez uma visita de 24 horas ao Brasil e acompanhou o desfile de 7 de Setembro, em Brasília, como convidado de honra. Após o desfile, concedeu entrevista ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois abordaram a transferência de tecnologia francesa ao Brasil, prevista no acordo para a compra dos 36 aviões.

Também foram fechados acordos para compra de quatro submarinos convencionais e um submarino movido à energia nuclear, além de helicópteros. Em contrapartida, o governo francês manifestou disposição em comprar a aeronave de transporte militar KC-390, que está sendo desenvolvida pela Embraer.

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