Dassault prevê concluir negócio no ano que vem



Andrei Netto, PARIS

Os 36 aviões de caça Rafale que serão adquiridos pelas Forças Armadas brasileiras custarão ao país entre ? 3 bilhões e ? 4 bilhões, dependendo do pacote tecnológico e dos armamentos que acompanharão as aeronaves. Para a Dassault, o início das negociações, que devem ser concluídas até 2010 - com a entrega de um primeiro aparelho em 2012 - representa não apenas uma grande venda em meio à crise do setor aeronáutico, mas o fim de 20 anos de negociações frustradas para a exportação dos caças franceses.

O anúncio realizado em nota oficial emitida em Brasília foi celebrada em Paris. "Se o presidente brasileiro anuncia sua decisão de negociar a compra dos Rafale, nós passamos a acreditar que essa venda de fato acontecerá", afirmou ao Estado Yves Robins, diretor de Relações Exteriores da Dassault em Paris, sem confirmar as cifras.

A companhia aposta em vários meses de discussões com o Ministério da Defesa do Brasil. Será necessário definir os termos da parceria que a Dassault será obrigada a forjar com empresas brasileiras, entre as quais a Embraer, da qual tem participação. "Estamos abertos à cooperação industrial mais larga possível, e naturalmente penso na Embraer. Mas há enormes variáveis para determinar a produção local, que exige infra-estrutura de produção cujos investimentos precisam ser rentabilizados", disse.

Do ponto de vista financeiro, a vitória na concorrência FX-2 representa um alívio financeiro para a companhia. A Dassault enfrentava os efeitos da crise do setor aeronáutico militar. Em abril, a companhia reconheceu que em caso de persistência da recessão, seria obrigada a adotar um plano de demissões.

A mídia francesa - incluindo o Le Monde e o La Tribune, além dos telejornais noturnos - destacou o fim de um tabu, que era a dificuldade da venda do avião no exterior.

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