Mais soldados para o Afeganistão

Casa Branca fica dividida entre aumento de contingente e a atenção ao apelo popular


Muitos assessores do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, concordam com a avaliação dos comandantes militares de que seria preciso enviar mais reforços ao Afeganistão para reverter os avanços do Talibã, disseram ontem autoridades americanas. Mas há preocupação dentro da Casa Branca sobre a pertinência política de ampliar ainda mais a presença militar no Afeganistão num momento em que diminui o apoio popular ao conflito, iniciado há quase oito anos, disseram os funcionários, pedindo anonimato.

Comandantes militares, membros do governo e lideranças parlamentares realizam discussões preliminares sobre o futuro das tropas, o que inclui um segundo regimento de 5 mil marines ao sul do Afeganistão, reduto do Talibã. Isso elevaria o número de marines no país de pouco mais de 10 mil atualmente para entre 15 e 18 mil.

O debate deve se intensificar depois que o general Stanley McChyrstal, comandante das forças dos Estados Unidos e da Otan no Afeganistão, entregou relatório ao governo americano. McChrystal pediu aos EUA e a seus aliados que alterem sua estratégia, o que segundo fontes oficiais pode levar a um posterior aumento do contingente.

O general tem cerca de 103 mil soldados sob seu comando, sendo 63 mil americanos, metade dos quais são parte dos reforços que vinham sendo enviados desde o governo de George W. Bush e foram intensificados no de Obama. Até o final do ano, esse número deve chegar a 110 mil, sendo 68 mil americanos, o que segundo fontes militares esgotará os recursos das forças armadas.

Fontes civis dos Estados Unidos disseram que outros aumentos dependerão em parte do ritmo em que será possível retirar brigadas do combate do Iraque para redirecioná-las ao Afeganistão. Outro fator importante seria um eventual esforço de Obama para reverter a queda do apoio popular à guerra, num momento em que os Estados Unidos sofrem seu maior número de baixas. Dentro do partido, deve crescer a pressão sobre o governo pela apresentação de um cronograma para a retirada conforme se aproximem as eleições de 2010.

– Há uma grande conscientização na Casa Branca de que o apoio no público está realmente diminuindo – disse uma fonte.

Outro funcionário declarou que o governo Obama ainda não conseguiu preparar a população para aquilo que muitos vêem como uma elevação inevitável do contingente.

– A questão não é só se é possível estabelecer um rodízio em número suficiente para retirar (tropas) do Iraque – disse a fonte.

– O que o governo tem de fazer é garantir a preparação de terreno para isso. Meias medidas não vão funcionar. Não funcionaram no passado. General comanda tropa de 103 mil combatentes no país, sendo 63 mil americanos.

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