Resolução do Conselho de Segurança da ONU restringe armas

Texto não cita Irã e Coreia do Norte, por causa de pressão russa e chinesa, mas Obama menciona países em discurso




Gustavo Chacra, NOVA YORK

Em sessão conduzida pelo presidente dos EUA, Barack Obama, o Conselho de Segurança (CS) da ONU aprovou ontem por unanimidade uma resolução para limitar arsenais e a proliferação de armas Nucleares. Apesar de o texto oficial não citar nenhum país nominalmente, por causa da ameaça de veto de China e Rússia, Obama e outros líderes mencionaram explicitamente Irã e Coreia do Norte em seus discursos.

A ofensiva diplomática pela resolução partiu de uma iniciativa pessoal de Obama. O presidente dissera em abril, durante reunião da Otan em Praga, que buscaria um "mundo sem armas Nucleares".

"Deixamos claro que o CS tem tanto a autoridade quanto a responsabilidade para determinar e responder da forma necessária quando violações do tratado ameaçarem a paz e a segurança internacional", afirmou o presidente americano. "Isso inclui a cooperação total com as resoluções do Conselho de Segurança sobre o Irã e a Coreia do Norte."

A não-proliferação Nuclear é uma das bandeiras da política externa de Obama. Esta foi a quinta sessão do CS que teve a participação dos chefes de governo ou de Estado de todos os cinco membros permanentes.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, adotou um tom mais duro que Obama, ao afirmar que Teerã e Pyongyang "estão minando as regras sobre as quais a nossa segurança coletiva está fundamentada". "Temos de parar a proliferação. Isso é o que a resolução estipula."

Segundo o líder francês, os iranianos violaram cinco resoluções da ONU. "Ninguém pode acreditar com seriedade que os objetivos (do Programa Nuclear iraniano) são pacíficos", disse. Em resposta, a missão iraniana divulgou uma nota chamando as alegações de Sarkozy de "ridículas" e "totalmente infundadas".

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou esta semana que não duvida da palavra do presidente iraniano. Na quarta-feira, a Rússia havia indicado que não descarta a possibilidade de aprovar mais sanções contra o regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Na semana que vem, os cinco membros permanentes do CS e a Alemanha, que compõem o chamado sexteto, vão se reunir com o Irã para discutir a questão Nuclear.

DETERMINAÇÕES

A resolução 1887 do CS , que busca "promover as condições necessárias para um mundo sem armas Nucleares" , deve servir de base para conferência internacional sobre o tema prevista para 2010.

O texto reforça a importância do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e pede a países que não integram o acordo para assinar o pacto.

Ontem, o governo americano deu sinais de que integrará o Tratado-Geral contra Testes Nucleares. o Acordo tem 150 signatários, mas foi barrado em 1999 pelo Senado dos EUA.

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