Dinheiro para reaparelhamento do Exército tem redução de 23,91%

Força negocia aprovação de créditos especiais de R$ 1,65 bilhão
 
Jornal do Senado

A previsão de que o Congresso terá que definir cortes mais fundos do que nos anos anteriores para ajustar a proposta orçamentária que veio inflada do Executivo – o rombo a ser preenchido nas despesas da União poderá superar a casa dos R$ 10 bilhões, pelos cálculos iniciais dos consultores de Orçamento – colocou de prontidão a área da Defesa. As articulações com o relator setorial, deputado Francisco Rodrigues (DEM-RR), são para poupar os planos de reaparelhamento de cada Força.

O mais prejudicado na proposta do Executivo para o próximo ano foi o Exército. Detentor do maior orçamento, em função dos gastos com pessoal (ver matéria na página ao lado), e do menor volume de investimento – R$ 757 milhões – entre as três Forças, o Exército só obteve R$ 361,18 milhões para seu reaparelhamento. Ou seja, uma redução de 23,91% em relação a este ano.
 
Para turbinar essas cifras, a alternativa que está sendo negociada com o Ministério do Planejamento prevê a solicitação ao Congresso de quatro créditos especiais, que somam R$ 1,65 bilhão.
 
Votados nesse final de ano, os recursos ficariam assegurados para o próximo exercício. O de maior valor, segundo informações do general Gerson Forini, responsável pela área de economia e finanças do Exército, alcança R$ 619 milhões para a compra de foguetes de longo alcance lançadores do sistema Astros, radares de vigilância e mísseis antiaéreos.

Outro, de R$ 302 milhões, vai garantir a recuperação de carros de combate e a fabricação nacional pela Fiat-Iveco de protótipos e de um lote piloto de 16 viaturas da nova família de blindados conhecidos como Urutu 3. A meta, conforme Forini, é a fabricação de 2 mil blindados em 20 anos. A proteção da fronteira terrestre da Amazônia, com novo sistema de vigilância eletrônica, responde pelo pedido de crédito de R$ 374 milhões. Outros R$ 363 milhões foram solicitados para modernizar a frota de veículos, com compras de 1.720 viaturas.

O Exército tem enfrentado fortes restrições orçamentárias. Este ano só incorporou 50 mil homens, adotando medidas emergenciais, como a redução do expediente por duas semanas. Perdeu R$ 342 milhões do orçamento de 2008 e luta para descontingenciar R$ 229 milhões deste ano para reforçar o sustento da tropa. Só a alimentação está orçada em R$ 274 milhões para 2010. Se esses recursos forem garantidos, o Exército poderá executar, segundo Forini, seu plano de recrutar 70 mil homens no próximo ano.

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