Caça não será escolhido por preço, indica Lula

Questão é de 'soberania tecnológica', argumenta

Estadão.com

BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro ontem que a decisão sobre a renovação da frota de caças da Força Aérea Brasileira (FAB) não será tomada a partir do menor preço. "Essa questão dos caças não é uma questão comercial comum, não é um acordo apenas econômico, vou comprar um porque é mais barato. Não é assim", disse Lula, após cerimônia de assinatura de intenções para a Copa de 2010. "Estamos tentando mostrar para a sociedade brasileira que estamos discutindo a soberania do nosso país, inclusive a soberania tecnológica."


A polêmica em torno do programa F-X2 se arrasta há meses e tomou fôlego após recente vazamento de relatório confidencial da FAB que apontava preferência dos militares pelos caças suecos Grippen NG, fabricados pela Saab e de menor preço entre seus rivais. O relatório ia na contramão da orientação do governo pelos franceses Rafale, da Dassault. Entre os possibilidades analisadas pelas Forças Armadas também está o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing. 

Lula afirmou que não vai anunciar sua escolha antes do tempo porque tem o poder de decisão sobre o assunto. "E quem tem o poder de decidir tem mais responsabilidade. Não fala o que quer, fala o que pode." No 7 de Setembro do ano passado, contudo, ao lado do presidente da França, Nicolas Sarkozy, Lula expressou publicamente preferência pelo Rafale.

Ontem ele informou ter pedido ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, o relatório final sobre o projeto F-X2. "O Jobim tem a determinação de fazer as discussões com quem deva fazer, até que a gente construa uma coisa que vai caminhar para o finalmente, e aí eu vou decidir." 

O presidente prometeu não deixar para o próximo governante a missão de renovar a frota da FAB, desafio herdado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Quando entrei, em 2003, já tinha de tomar essa decisão, mas eu tinha de escolher, ou combatia a fome ou comprava avião. E eu escolhi combater a fome. Mas agora o Brasil ganhou um novo perfil."

1 Comentários

  1. Só está faltando uns pequenos retoques: convocar uma discussão sobre o assunto junto e ouvir o Congresso Nacional e OUVIR o Conselho de Defesa Nacional (consultivo). Somos uma nação. A decisão deve ser tomada sem politicagens ou "segundas intenções".

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