Reino Unido não está preparado para guerra moderna

De Agencia EFE

Londres, 24 fev (EFE).- As Forças Armadas do Reino Unido não estão preparadas para uma guerra do século XXI, afirmou uma fonte militar anônima do Ministério da Defesa britânico citada nesta quarta-feira pelo jornal "The Daily Telegraph".

Boa parte dos equipamentos de guerra de tecnologia avançada possuídos pelo país, tanto navios de guerra como caças e tanques, quase não terão "relevância" para eventuais guerras futuras.

Segundo o militar, seria adequado promover um debate sobre se o Exército poderia realizar hoje em dia com igual êxito uma nova campanha como a de 1982 na guerra contra a Argentina pelas Ilhas Malvinas.

O debate sobre a futura estrutura das Forças Armadas do Reino Unido se intensificou ultimamente e um em cada quatro dos serviços busca justificar seu orçamento em uma época de crise na qual o Estado deve conter os gastos.

Mas o Exército foi até agora o maior defensor de reformas pois é o que sempre ocupa a linha de frente em todas as guerras e muitos entre seus membros consideram injustificáveis as despesas em navios de guerra e aviação militar.

"Estamos preparados para os tipos de guerras menos prováveis. Precisamos nos preparar para as mais prováveis. É preciso se concentrar no que temos de fazer diariamente, e não no que somos obrigados a fazer uma vez a cada dez anos", disse o militar.

Com um orçamento de defesa de 37 bilhões de libras (quase 42 bilhões de euros), o Reino Unido não pode ser "forte" em todas as frentes e tem que investir no que é "importante", acrescentou.
 
"Estamos investindo demais em equipamento para as guerras do século XX e não no que nos pedem que façamos diariamente", criticou o militar.

Se as Forças Armadas buscarem se preparar para todo tipo de guerras, acabarão não podendo fazer nada direito.

Aludindo a eventuais intervenções futuras, talvez no Oriente Médio ou no sul da Ásia, a fonte explicou que em um mundo globalizado fica cada vez mais difícil "fazer vista grossa perante os Estados fracassados".

Em referência aos redutos de terroristas como Iêmen e Somália, a fonte acrescentou que "se não se tenta resolver um problema onde ele surge", o mais provável é que "o problema chegue a sua própria casa".

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