Marinha do Chile alerta para explosivos no mar

Dispositivos pirotécnicos das bases navais foram arrastados para o mar após série de tsunamis no país
 
Diário do Nordeste

Santiago. A Marinha chilena informou, ontem, que alguns explosivos pertencentes a bases navais foram arrastados ao mar pela série de tsunamis que atingiu a costa do país no mês passado, após o terremoto de magnitude 8,8 do último dia 27 de fevereiro, que deixou pelo menos 497 mortos identificados.

O almirante Roberto Macchiavello explicou que, entre os cerca de 600 itens arrastados das bases pelas ondas gigantes, há dispositivos pirotécnicos utilizados como sinalizador.

Os oficiais pediram à população que frequenta locais próximos ao mar, principalmente a baía de Talcahuano, localizada a 500 quilômetros ao sul da capital do país, Santiago, que mantenha-se atenta e não toque em nada desconhecido. A baía de Talcahuano fica Província de Concepción, na região de Bío Bío, uma das mais afetadas.

"Temos dúvidas em relação ao lugar em que os dispositivos se encontram. Estamos fazendo um grande esforço para encontrá-los com equipes de patrulhas e buscas, que tentam resgatar os materiais", afirmou Macchiavello, em declarações à rádio Bío Bío.

O procurador nacional Sabas Chahuán afirmou que investigará os erros cometidos durante o terremoto pelos serviços de alerta de emergências e catástrofes, que falharam ao alertar à população das tsunamis.

A Marinha do Chile chegou a destituir o diretor do Serviço Hidrográfico e Oceanográfico, comandante Mariano Rojas, por não ter entregue informação clara e precisa sobre o perigo iminente de tsunami após o terremoto.

O tremor de magnitude 8,8 foi registrado na madrugada do último dia 27 no centro-sul do Chile, deixando ao menos 802 mortos somados pelo governo - 497 deles já identificados - e destruindo grande parte das edificações.

Além das ondas gigantes, o abalo sísmico foi seguido por mais de 100 réplicas, uma das mais fortes delas registradas na última semana, durante a cerimônia de posse do presidente Sebastián Piñera.
 
Na última segunda-feira, uma réplica de magnitude 6,7 sacudiu a costa do Chile.
 
Segundo o ministro de Obras Públicas, Hernán de Solminihac, os danos causados pelo terremoto já somam US$ 1,46 bilhão (R$ 2,58 bilhões).

O ministro declarou que este não é um número definitivo e acrescentou que o ministério prepara uma base de dados para realizar um estudo minucioso das obras a serem realizadas para reparar os danos provocados pelo terremoto de magnitude 8,8, o quinto pior desde 1900. "Esta semana, devemos ter toda a informação a respeito dos danos, custos finais e prazos das obras", disse Solminihac. Ele adiantou que a reconstrução das pontes deve demandar até um ano e meio de trabalho. Um estudo preliminar sobre os danos no setor, realizado uma semana depois do terremoto pelo governo de Michelle Bachelet, calculou os prejuízos em US$ 1,2 bilhão (R$ 2,12 bilhões).

A respeito da normalização do fornecimento de água potável, o ministro chileno lembrou que os problemas persistem nas zonas rurais, onde cada área tem uma fonte de abastecimento diferente.

No domingo passado, um blecaute causado por uma falha em um transformador na região de Bío Bío atingiu quase 2.500 quilômetros do território chileno.

As autoridades disseram que o fornecimento ficou instável devido aos problemas ocasionados pelo terremoto no Sistema Interconectado Central (SIC).

No entanto, Patricia Chotzen, titular da Superintendência de Eletricidade e Combustíveis (SEC), descartou a possibilidade de um racionamento de luz no país. "Apesar da fragilidade dos sistemas, existe uma suficiência do ponto de vista de geração", afirmou Chotzen.

DANOS

1,46 BILHÃO DE DÓLARES é o valor dos danos causados pelo terremoto no Chile calculado até agora. Reconstrução de pontes pode levar até um ano e meio de trabalho, segundo ministro

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