Chávez aumenta em 40% o soldo dos militares

Iniciativa é parte do esforço do líder venezuelano para consolidar a lealdade das Forças Armadas a apenas cinco meses das eleições

Afp, Reuters e AP - O Estado de S.Paulo
CARACAS

O presidente Hugo Chávez anunciou ontem um aumento de 40% para todos os integrantes das Forças Armadas venezuelanas. Segundo analistas, o aumento maior que a inflação (de 25%) tem como objetivo consolidar o apoio dos militares ao presidente venezuelano, a apenas cinco meses das eleições legislativas.

O anúncio foi feito no momento em que o governo venezuelano vem sendo criticado por problemas, como os apagões constantes, o aumento da violência e o mau manejo da economia. Chávez explicou, em seu programa de TV semanal Alô, Presidente que o ajuste dos militares será retroativo ao dia 1º de abril e tem como objetivo permitir que eles "possam viver com dignidade".

Em janeiro, o presidente venezuelano anunciou um aumento do salário mínimo de apenas 25% - 10% entrou em vigor em março e os outros 15% devem vigorar a partir de setembro.
 
Ex-coronel paraquedista, Chávez já foi bastante criticado por uma parte das Forças Armadas do país. Até o ano passado, alguns oficiais venezuelanos vinham manifestando abertamente seu ressentimento sobre o que consideram a politização de uma instituição orgulhosa e relativamente independente. A introdução do lema "Pátria, socialismo ou morte", em 2007, por exemplo, sofreu grande resistência de alguns militares.

Em fevereiro de 2009, porém, Chávez iniciou uma campanha para favorecer seus aliados e expurgar seus críticos das Forças Armadas, em uma tentativa de fortalecer o seu controle sobre a instituição.

Raúl Isaías Baduel, ex-chefe do Exército venezuelano e antigo confidente de Chávez, foi detido há um ano por supostamente desviar recursos das Forças Armadas.

Em março do ano passado, Chávez também substituiu o alto escalão do Exército, da Força Aérea e da chamada Milícia Bolivariana, criada, segundo o presidente venezuelano, para afastar a ameaça de invasão dos EUA.

Além disso, de acordo com denúncias de jornais venezuelanos, mais de 800 militares foram destituídos nos últimos anos depois que surgiram dúvidas sobre sua lealdade a Chávez.

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