Livros omitem luta da FEB

Marx Golgher - Ex-presidente da Associação Israelita Brasileira (AIB- BH)
 
Estado de Minas

No Brasil, o neonazismo vem se dedicando há bastante tempo a riscar da memória nacional a participação do país na luta contra a Alemanha de Hitler na II Guerra Mundial (1939-1945). Interessa-lhe suprimir orwellianamente toda a lembrança da participação de nosso país no combate efetivo ao racismo nazista nos campos de batalha da Itália. O Brasil foi o único país da América Latina a participar efetivamente do combate aos exércitos racistas de Hitler.

É uma gloriosa, mas lastimavelmente esquecida, história que se inicia com uma série de afundamentos de navios mercantes brasileiros, estado de neutralidade que causou numerosas mortes de tripulantes e passageiros, a partir de fevereiro de 1942, o que ensejou a declaração de guerra à Alemanha nazista e à Itália fascista, em agosto do referido ano, seguida da criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB).

Com um continente de 25 mil homens, significativo para um país com 45 milhões de habitantes, a FEB derramou generoso sangue, suor e lágrimas para derrotar a Alemanha nazista, sob a heroica e decidida cobertura aérea do 1º esquadrão de caça da Força Aérea Brasileira - o "Senta a Pua" -, a Esquadrilha de Ligação e Observação (ELO), complementada pelo patrulhamento da costa brasileira, que acarretou afundamento de submarinos nazis que rondavam o litoral.

Embora tais fatos sejam dos mais importantes e brilhantes da história brasileira, na defesa da democracia e das liberdades, eles pouco a pouco foram sendo desprezados e desmora-lizados por quem estava interessado nesse esquecimento, e ao cabo de 65 anos, depois do término da maior hecatombe da história do homem, a II Guerra Mundial, o Brasil não mais reconhece o que fez nesse conflito. De fato, as numerosas queixas dos pracinhas e oficiais da FEB que estão sendo esquecidos, além da ignorância geral do que seria o Senta a Pua da FAB, levaram a Comissão de Relações Públicas da Federação Israelita do Estado de Minas Gerais a uma pesquisa das razões dessa amnésia histórica. Como a preocupação central era com a nova geração, foi escolhida a pesquisa nos oito livros didáticos mais vendidos em Belo Horizonte.

A investigação chegou a conclusões bem preocupantes. Um significativo exemplo: o autor Gilberto Cotrin, de um dos livros didáticos ensino médio mais vendidos no Brasil - Ed. Saraiva -, reduz tudo a algumas meras linhas: "A Força Expedicionária Brasileira (FEB) com efetivo de mais 25 mil homens participou da luta contra o nazifascismo durante essa campanha na Itália". Por que o país entrou na guerra? Qual o significado histórico dessa participação? Nenhuma alusão. Pior ainda, em História geral, de Cláudio Vicentino - dos mais vendidos -, não há a menor alusão à existência da FEB. No livro História moderna e contemporânea, Editora Scipione, de Leonel Itaussu Mello e Luís César Amado Costa, também não há uma linha a respeito da FEB. Ou seja, as ge-rações futuras do Brasil estão sendo condenadas ao esquecimento total da mais gloriosa das páginas de sua história, a participação da nação na luta armada contra o nazifascismo, pela democracia, pelos direitos humanos.

2 Comentários

  1. Isto faz parte do conluio "neo nazistas" esquerdistas com o objetivo da quebra de valores e fatos nacionais. E, pior, não é de hoje que versões substituem fatos e opiniões prevalecem sobre a verdade. Esses autores citados faz tempo modificam toda nossa história criminosamente. Quando os autores citados abordam guerra do Paraguai então chegam ao ridículo. Sem dúvida logo estarão negando o Holocausto em nome daquilo que chamam de Politicamente correto.

    ResponderExcluir
  2. Aff..a batalha mais importante do Brasil foi Monte Castelo,concluída 3 dias antes de Berlim cair,até parece que nosso país teve uma participação importante.

    ResponderExcluir
Postagem Anterior Próxima Postagem