Cresce movimentação estratégica na região do Golfo Pérsico

Israel estaria instalando base em território saudita e embarcações dos EUA teriam cruzado Canal de Suez rumo ao Irã


Afp, TEERÃ - O Estado de S.Paulo

Recentes movimentações militares na região do Golfo Pérsico estão aumentando a tensão entre o Irã e seus inimigos, sobretudo Israel e os EUA. Discretamente, os dois lados deslocam forças na região, uma das mais estratégicas do mundo, preparando-se para um eventual confronto real.


Ontem tanto a imprensa iraniana quanto a israelense noticiaram a suposta instalação de uma base de Israel em Tabuk, cidade no noroeste da Arábia Saudita. Suprimentos já teriam sido desembarcados na região, após uma série de consultas entre as inteligências israelense e saudita. A informação surge uma semana depois de o jornal britânico The Times informar que Riad aceitou que Israel use seu espaço aéreo num ataque ao Irã.

No início do mês, dezenas de navios americanos e uma embarcação israelense cruzaram o Canal de Suez na direção do Golfo Pérsico. Segundo o governo egípcio, 11 fragatas e 1 porta-aviões de propulsão nuclear dos EUA cruzaram do Mediterrâneo para o Mar Vermelho.

Especula-se que as forças deveriam ficar na região da costa iraniana, buscando interceptar navios suspeitos de transportar material e componentes do programa nuclear de Teerã.

Em resposta, o governo iraniano decidiu mobilizar dois de seus mais modernos submarinos, conhecidos como "Ghadir", além de pelo menos dez helicópteros de guerra. A força adicional é da Guarda Revolucionária, braço armado do regime.

Tecnologia. A Agência Espacial de Israel (AEI) lançou na terça-feira seu quarto satélite espião, o Ofek-9, desta vez com o objetivo explícito de obter informações sobre o programa nuclear iraniano. O novo equipamento possibilitaria a Israel detectar qualquer material nuclear transferido para o Irã.

Segundo o chefe do programa espacial israelense, Isaac Ben-Israel, o sistema de satélites dá ao Estado judeu capacidade técnica para vigiar todo o Oriente Médio. O lançamento coloca Israel apenas atrás dos EUA no setor de controle por satélite, disse Ben-Israel.

Há dois meses a indústria aeronáutica lançou seu primeiro modelo de aeronave não-tripulada capaz com autonomia de voo para alcançar o território iraniano. Os aviões sem piloto supostamente seriam capazes de vigiar e até mesmo bombardear instalações do Irã.

A inteligência israelense afirma que a Síria, com apoio direto do Irã, está fornecendo mísseis Scud para o Hezbollah. O armamento, capaz de atingir qualquer cidade israelense, seria usado para retaliar um ataque surpresa contra o Irã. Os EUA prometem ampliar as defesas antimísseis de Israel e de países árabes da região.

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