ANGÚSTIA EM TERRA

CORVETA FRONTIN - O Dia

A Corveta Frontin está tirando o sono dos familiares de parte dos 145 militares da Marinha que estão a bordo da embarcação. Batizada com esse nome em homenagem ao Almirante Pedro de Frontin, comandante da Divisão Naval em Operações de Guerra em 1917, a corveta apresentou avarias que retardaram por quase uma semana seu emprego em missão . Um dos problemas dizia respeito ao mangote que leva óleo para o motor. Por duas vezes ele quebrou, tendo que ser substituído.

O outro era em relação a falhas na refrigeração, deixando a embarcação com temperatura acima da adequada para o trabalho dos marinheiros. "Ficamos em regime de viagem, comendo sopa sem poder ir para casa", contou um embarcado. "Tem muita garotada nova a bordo, mas tem gente com família, com mulher grávida, que podia ter ido para casa enquanto se consertava", acrescentou outro embarcado, logo que soube que Mpoderia teria uma noite de folga antes de voltar a bordo. No momento, a Frontin está em missão. Retorna ao Rio quarta-feira.

ESPOSAS ANGUSTIADAS

Mais angustiados com as condições da Corveta Frontin estão as esposas dos militares a bordo. Uma delas chegou a dizer que não tem conseguido dormir, preocupada o marido embarcado.

PALAVRA OFICIAL

A Coluna procurou a Marinha e levou os relatos que ouviu. Foi convidada a ir a bordo, onde o comandante Francisco Neves tranqüilizou dizendo que "o navio não está sob nenhum tipo de risco nem ameaça a vida dos marinheiros a bordo".

PROBLEMA CONFIRMADO

Comandante Francisco Neves confirmou os problemas com o ar-condicionado e com o mangote, mas negou tenha vazado combustível. "A corveta está em condições", garantiu o comandante. Leia abaixo a íntegra da nota oficial enviada pela Marinha à coluna.


NOTA DE ESCLARECIMENTO

Caro senhor jornalista

Com relação a vosso e-mail datado de 26JUL2010 sobre a Corveta "FRONTIN" gostaríamos de apresentar os esclarecimentos abaixo relacionados ao tema:

Primeiramente, gostaríamos de afirmar que a Corveta "FRONTIN" é um navio relativamente novo, sendo incorporado à Marinha do Brasil (MB) em 1994, sendo a 4ª e última unidade de uma série de navios iguais denominada de classe "Inhaúma".

O navio não se encontra, de forma alguma, em "péssimas condições" como afirmado no e-mail. Tal situação pode ser facilmente constatada com uma visita a bordo, ficando formulado, desde já, o convite para que uma equipe desse conceituado e tradicional veículo de comunicação a realize, em data oportuna. (OBS: CONVITE FOI ACEITO E VISITA FOI FEITA SEMANA PASSADA POR INTEGRANTES DA EQUIPE QUE COLABORA COM A COLUNA FORÇA MILITAR DE O DIA).

É importante frisar que a "FRONTIN" é um navio de guerra bastante moderno que deve ser motivo de orgulho para nós brasileiros, especialmente para a MB, por ter sido projetado e construído no país. Ressalta-se que este navio é empregado também em ações de busca e socorro a pessoas eventualmente em perigo no mar, em decorrência de acidentes de navegação ou aéreos. Neste mesmo sentido, em se tratando de um navio de guerra, sua tripulação é treinada e submetida a uma rotina de trabalho, cujas bases de sustentação são o respeito à hierarquia e à disciplina. Assim sendo, para pessoas que não vivam o cotidiano da vida militar, a situação pode ser falsamente interpretada como de excessivo rigor. Atitudes de respeito, consideração, estima e camaradagem sempre existem entre o Comandante e sua tripulação, como é o caso da "FRONTIN".

Com relação às avarias citadas no e-mail, esclarecemos que o navio ao suspender recentemente e iniciar sua travessia para participar da Operação Conjunta "ATLÂNTICO II" apresentou avaria em um mangote de óleo lubrificante que alimenta um de seus motores de combustão principal, obrigando-o a retornar para reparos na Base Naval do Rio de Janeiro (BNRJ) na Ilha de Mocanguê, situada em Niterói, RJ. Após seu retorno, foi providenciada a confecção de um novo mangote dentro das especificações técnicas exigidas para o equipamento.

Após sua atracação na BNRJ, foram iniciados os necessários reparos a fim de possibilitar o retorno do navio para a Operação citada anteriormente. Cabe salientar que este é o maior exercício conjunto entre as Forças Armadas brasileiras já realizado no país, desenvolvendo-se em toda a extensão da "AMAZÔNIA AZUL", particularmente no litorais dos estados do RJ, SP e ES e nos arquipélagos de Fernando de Noronha e São Pedro e São Paulo. A operação tem como propósito o treinamento das Forças Armadas para a defesa dos interesses de nosso país em áreas estratégicas. Nela estão envolvidos 18 navios, 10 aeronaves da MB, aeronaves da FAB e cerca de 10.000 militares pertencentes à MB, EB e FAB.

Como resultado de todas essas ações, o navio já foi prontificado e seguiu com segurança novamente para o mar a fim de incorporar-se aos demais navios participantes da Operação "ATLÂNTICO II".

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