Alagoas: achadas minas da II Guerra

Seis artefatos estão na cidade de Maragogi e serão detonados após eleição


Odilon Rios | O Globo

MACEIÓ. Seis minas da Segunda Guerra Mundial, descobertas pela Capitania dos Portos na cidade de Maragogi, no litoral norte de Alagoas, vão ser detonadas em outubro, logo depois da realização das eleições. Os artefatos estão enterrados em diferentes partes do pequeno município, uma das bases no Nordeste para as tropas brasileiras contra os alemães durante a guerra.

Mesmo depois de 60 anos, as bombas ainda mantêm risco de provocar explosão. O raio de destruição pode chegar a 150 metros de distância. Quatro dos artefatos estão enterrados na zona urbana, um deles localizado no centro da cidade, a apenas 50 metros de uma escola. Duas minas estão nas areias da praia. Uma primeira bomba foi descoberta por acaso no mês de maio, durante escavações realizadas pela prefeitura de Maragogi para obras para uma rede de saneamento básico.

Ao encontrarem a bomba — na verdade, uma mina flutuante —, os moradores da cidade chegaram a acreditar que se tratava de uma botija, que estaria abarrotada de moedas de ouro.

Apesar de terem perfurado o artefato, por sorte ele não explodiu.

Alguns dias depois, uma equipe da Marinha conseguiu isolar uma parte da cidade e transportar a bomba com cabos de aço e escavadeiras, em direção às areias da praia de Maragogi e detonála. Com seu poder de destruição, chegou a quebrar parte de uma casa, a mais de 2,5 quilômetros do local da explosão — Foi solicitado pela prefeitura que fosse feita essa varredura em toda a cidade, para se identificar a possível existência de mais minas. E que sua retirada fosse feita pelo pessoal da Marinha — disse Rildson Silva, da prefeitura de Maragogi.

Durante o mês de agosto, seis minas foram localizadas, com a ajuda até de pescadores.

— Não dá para determinar se são minas lançadas por americanos ou alemães. Elas chegaram à praia e foram colocadas nas trincheiras que o Exército cavou na Segunda Guerra Mundial. E ali ficaram enterradas — contou o chefe da Capitania dos Portos, André Pereira Leite.

No século XVII, Maragogi era um polo de resistência dos holandeses contra os portugueses, e navios de piratas franceses, com moedas de ouro e pau-brasil, afundaram no período colonial, durante tentativa de invasão do litoral brasileiro.

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