Especialistas debatem incentivos à indústria de Defesa

José Romildo 

Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa 

Brasília, 17/09/2010 – Representantes do Ministério da Defesa, da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), do setor privado e da academia reuniram-se nesta sexta-feira (17/09), em Brasília, durante a 1ª. Oficina de Trabalho para discutir incentivos ao desenvolvimento das empresas que compõem a Base da Indústria de Defesa do País. A concessão de isenção tributária, a fim de que as indústrias de Defesa alcancem competitividade, constitui um dos objetivos almejados pelo setor.

A 1ª. Oficina de Trabalho, que faz parte do seminário "Panorama das Cadeias Produtivas Relacionadas à Base Industrial de Defesa, foi realizada no Hotel Grand Bittar, no Setor Comercial Sul, tendo como participantes, entre outros, a Diretora da ABDI, Maria Luisa Campos Machado Leal, e do Secretário de Ensino, Logística, Mobilização, Ciência e Tecnolgoia (Selom) do Ministério da Defesa, Almirante-de-Esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld.

Com o objetivo de fornecer os primeiros dados para um diagnóstico dos fornecedores de equipamentos que abastecem as Forças Armadas, o professor Fernando Sarti, da Universidade Estadual de Campinas, fez uma apresentação preliminar dos resultados obtidos com as respostas de questionários enviados pela ABDI a 19 empresas que lideram a indústria de Defesa do País.

Segundo ele, já é possível detectar que a indústria de Defesa brasileira vem aumentando, nos últimos cinco anos, a participação de componentes nacionais na fabricação de seus equipamentos, numa trajetória contrária à dos demais setores da indústria, que aumentaram a internacionalização de seus produtos. Outro ponto identificado no questionário foi que 44% das empresas investiram em inovação de produtos.

O Almirante Max disse que o levantamento inicial "mostra a seriedade do trabalho que se inicia, antecipando questionamentos mais complexos para o futuro".

A diretora da ABDI, Maria Luisa Machado, explica que os estudos são elementos de um panorama a ser organizado nos próximos 18 meses, com o objetivo de servir de base para a solicitação, junto a outras áreas do governo, e também ao Congresso Nacional, de isenção tributária e outros incentivos. "O mapeamento será fundamental, por exemplo, para respaldar discussão com o Ministério da Fazenda sobre isonomia tributária para o setor. Para isso, precisamos apresentar um cálculo de renuncia previsto", disse a diretora.

Para aprofundar a visão sobre questões de regulatórias, tecnológicas, geopolíticas e de inovação, a ABDI e o Ministério da Defesa, juntamente com outros órgãos do governo, da indústria e de universidade, realizarão a 2ª. Oficina de Trabalho, nos próximos dias 14 e 15 de outubro, no Hotel Grand Bittar. A reunião, que abordará o tema "Diagnóstico da Base Industrial de Defesa, será aberta pelos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Indústria, Comércio e Turismo, Miguel Jorge. Jobim falará sobre a Estratégia Nacional de Defesa, enquanto Miguel Jorge analisará a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP).

O diretor técnico da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Armando Lemos, defendeu , durante a Oficina de Trabalho de hoje, a concessão de incentivos o fortalecimento da indústria de Defesa no Brasil.

Ele disse que só as leis de mercado não são suficientes para fortalecer a cadeia produtiva da indústria de Defesa. Lemos afirmou que os incentivos permitem iniciar pesquisas e, dessa forma, fazer frente à ausência de vontade dos países mais industrializados de fornecer "tecnologias críticas já desenvolvidas por eles".

Armando Lemos citou também os riscos de crises políticas como outro fator que poderia dificultar a transferência de tecnologias pelos países desenvolvidos. Para ele, esse risco pode ser minimizado por meio da escolha de fornecedores em países diferentes. "Além disse, é preciso fomentar a implantação de fornecedores nacionais que possam prestar atendimentos", substituindo dessa forma os fornecedores estrangeiros.

Uma das melhores formas de incentivar a indústria nacional de Defesa, de acordo com Lemos, é trabalhar para que as Forças Armadas adquiram novos produtos, especialmente os lotes cabeça de série, já que tal procedimento constitui estímulo para que clientes no exterior adquiram os mesmos equipamentos.

Postar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem