Em visita a Dilma, McCain defende superioridade de caças dos EUA

Terra

O senador americano John McCain, do partido Republicano, defendeu nesta segunda-feira, após visita à presidente Dilma Rousseff, a superioridade dos aviões caças FA-18 Super Hornet, fabricados pela empresa americana Boeing, em detrimento do sueco Saab e do francês Rafale. Senador pelo Estado do Arizona, McCain foi derrotado na corrida pela Casa Branca nas últimas eleições pelo democrata Barack Obama.

"Nós discutimos a questão da venda das aeronaves. Existe uma preocupação sobre a transferência de tecnologia e eu pretendo voltar e me assegurar de que tanto o presidente dos Estados Unidos quanto o Congresso americano tornem claros que haverá a completa transferência de tecnologia se o governo brasileiro decidir adquirir o F/A-18", disse McCain, que mais cedo já havia se reunido com o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

"Foi provado que nós temos um sistema superior aos demais. Eu não quero influenciar a decisão do governo brasileiro, exceto para evidenciar a capacidade do F/A-18. A decisão, eu acredito, será baseada nos méritos (de cada aeronave)", afirmou McCain, enfatizando, no entanto, que o governo do Brasil não apresentou a ele um prazo para a decisão sobre a compra das aeronaves.

Apesar de as empresas evitarem falar em valores, o contrato de venda dos caças deve mobilizar um montante de cerca de R$ 8,7 bi. Os custos do projeto FX-2, caso o governo brasileiro escolha os aviões modelo Rafale, por exemplo, são apontados como um fator negativo ao pleito francês. O almirante Edouard Guillaud, chefe do gabinete militar do governo Nicolas Sarkozy, já reconheceu haver "problemas de preço" em relação à proposta da França.

França diz que vai transferir tecnologia completa
 
A principal demanda do Brasil para escolher o vencedor entre os três finalistas está na possibilidade de transferência de tecnologia e na chance de empresas brasileiras poderem fabricar as novas aeronaves e as exportar. A sueca Saab chegou a listar parte da fuselagem, o trem de pouso e radares como componentes que, caso vitoriosa, dividiria o know-how com o Brasil.

Em reunião com o ministro da Defesa, representantes do governo francês, por sua vez, se comprometeram com a transferência de tecnologia "completa, sem restrição e sem limite". Em prol da Boeing contam argumentos como a possível superioridade técnica F/A-18 Super Hornet, além da disposição da empresa americana de desenvolver com a Embraer o cargueiro militar KC-390, a ser vendido para a FAB.

Há dúvidas, no entanto, se a fabricante americana dos caças garantiria uma ampla transferência de tecnologia e eventualmente vetaria potenciais transações brasileiras com países não alinhados aos Estados Unidos.

Antes de ir a Brasília conhecer Dilma Rousseff, McCain visitou Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio de Janeiro e sobrevoou o Complexo do Alemão, no último domingo. Disse que queria conhecer projetos de segurança. 

Em seu roteiro pela América Latina, o senador vai ainda fazer visitas oficiais a Colômbia, Chile, México e Panamá. Na pauta estão diversos temas, como segurança e comércio bilateral.

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