Exército sírio cerca a capital Damasco para conter protestos contra o governo

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

Caminhões da Guarda Republicana da Síria equipados com metralhadoras e levando soldados em aparato de combate patrulhavam a estrada circular ao redor de Damasco na véspera das orações desta sexta-feira, disse uma testemunha à Reuters.


Duas outras testemunhas disseram que várias unidades de segurança e a polícia secreta ocupavam os pontos de controle no entorno de Damasco, isolando a cidade dos subúrbios e das regiões rurais. Além disso, as telecomunicações e a eletricidade foram cortadas em centros urbanos e cidades menores onde os protestos contra o governo continuam.

Segundo a "Al Jazeera", em Al Qanawat, distrito de Damasco, as forças de segurança usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os protestos realizados pela manhã. As cidades de Qamishli e Amuda, no norte do país, também já registraram manifestações nesta sexta.

Um veterano diplomata ocidental afirmou que, as mobilizações do Exército sírio não devem inibir os protestos que podem ocorrer hoje em todo o país --chamada de “Sexta-feira da ira”-- após das tradicionais orações do dia.

"Se os protestos forem grandes, e suspeito que serão, vai se tratar de outro revés para o regime, que enviou o exército às cidades com o único propósito de reprimir o povo," disse o diplomata. "O regime já está decepcionado com a maneira como a campanha militar está indo. Deraa está resistindo”, completou.

Na madrugada de sexta-feira, um posto militar em Deraa foi atacado por um “grupo terrorista armado”, provocando a morte de pelo menos quatro soldados, segundo informou a agência de notícias estatal “Sana”, citou como fonte um militar não identificado.

Segundo a rede opositora "Sham" e a emissora "Al Jazeera", hoje a polícia já abriu fogo contra os manifestantes em Damasco, Horan, e Latakia, mas nenhum relato sobre vítimas foi divulgado por enquanto.

Ainda nesta sexta-feira, os representantes dos 27 países-membros da União Europeia (UE) se reúnem para avaliar a proposta de ampliação de sanções à Síria em resposta à reação violenta do governo aos protestos de manifestantes contrários à sua gestão.

Os líderes da UE avaliarão a possibilidade de suspender a ajuda financeira à Síria no que se refere às políticas de cooperação, de fundos e de créditos do Banco Europeu de Investimentos. Atualmente o bloco repassa aproximadamente 210 milhões de euros em ajudas e empréstimos à Síria.


Há uma semana, a Síria viveu o dia mais sangrento de protestos contra o regime do presidente Bashar Assad, com saldo de 112 mortos, segundo números de ativistas da oposição. Do outro lado, as autoridades sírias sustentam que grupos terroristas estão por trás dos protestos contra o regime, iniciados em meados de março.

*Com agências internacionais
 

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