Ameaças ao Irã

Correio Braziliense 

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, acrescentou tensão ao impasse sobre o Programa Nuclear iraniano sugerindo que o governo de Barack Obama avalia com apreensão a "forte possibilidade" de que Israel lance um ataque preventivo contra a República Islâmica nos próximos seis meses — "talvez já em abril", como relatou o colunista David Ignatius, do jornal Washington Post, citando o secretário. Panetta admitiu não ter informações sobre algum plano concreto, mas sua apreciação da crise se baseia em declarações recentes de autoridades israelenses sobre a urgência de impedir que o regime dos aiatolás desenvolva armas Nucleares. De acordo com um oficial de inteligência, o Irã teria matéria-prima para até quatro artefatos, desde que se decidisse a enriquecer o urânio de que dispõe ao grau necessário para fins bélicos (90%).

A escalada entre Washington e Teerã reflete, segundo o jornal israelense Haaretz, a "crescente ansiedade" da Casa Branca e do Pentágono pela falta de indicações concretas sobre as intenções do premiê Benjamin Netanyahu. "Se Israel considerar que tem uma opção militar satisfatória, vai exercê-la sem aviso prévio", disse ao Haaretz Ken Pollack, ex-funcionário da Casa Branca e da Agência Central de Inteligência (CIA) familiarizado com questões relacionadas ao Irã.

A resposta iraniana veio prontamente, pela voz do líder supremo do regime islâmico, o aiatolá Ali Khamenei. "Que os americanos e os demais saibam que, diante das ameaças de guerra e sanções ao petróleo, nós também temos as nossas ameaças, que serão colocadas em prática caso seja necessário", declarou, em discurso durante as orações de sexta-feira na Universidade de Teerã, nas comemorações pelo aniversário da Revolução Islâmica de 1979. A União Europeia (UE) decidiu suspender as importações de petróleo iraniano a partir de julho, como parte das pressões para que Teerã retome negociações sobre o Programa Nuclear. "Qualquer guerra será 10 vezes mais prejudicial aos EUA do que as ameaças que fazem. Não tenho medo de dizer que vamos apoiar qualquer nação ou grupo que queira confrontar o regime sionista", disse Khamenei.

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