Os americanos que defendem a Embraer

Políticos da Flórida reagem contra cancelamento de contrato de compra de Super Tucanos, de olho na construção de fábrica e no reaquecimento do setor aeroespacial

Patrícia Nakamura – Brasil Econômico

A luta da Embraer para reconquistar o contrato de US$ 355 milhões com a Força Aérea dos Estados Unidos, cancelado na semana passada, ganha o apoio da ensolarada Flórida.

À frente da investida estão o senador republicado pelo sul da Flórida, Allen B. West, e a vicegovernadora Jennifer Caroll. West, coronel da reserva, enviou carta ao secretário da Força Aérea dos EUA, Michael Donley, questionando a realização do novo processo de licitação que, em sua visão “mantém as tropas americanas em situação vulnerável no Afeganistão (onde os caças seriam utilizados) e desperdiça milhões de dólares do contribuinte”. West tenta reeleição ao Senado neste ano e já conta com US$ 1,5 milhão de verba para a campanha.

A cidade de Jacksonville, a maior do estado, receberia a linha de montagem dos 20 caças Super Tucano A-29, que seriam fornecidos à defesa americana para o programa Light Air Support (LAS), para treinamento e ataque no Afeganistão. A fuselagem e as asas seriam produzidos pela Embraer em Botucatu e Gavião Peixoto (ambas no interior de SP), respectivamente.

A cidade, que integra o polo aeroespacial da Flórida, tem mão de obra especializada e ociosa após o desaquecimento dos negócios durante a crise financeira de 2008 e do cancelamento de programas espaciais da Nasa em Cabo Canaveral ( distante 250 quilômetros). Pelos cálculos da Sierra Nevada, parceira da Embraer na licitação cancelada, seriam criados 50 empregos diretos e outros 1,2 mil indiretos.

Sem mágoa

A Embraer tem interesse em participar do novo processo licitatório da defesa americana, que prometeu lançar o edital nas próximas semanas, segundo fonte próxima da Embraer. “Tudo dependerá dos termos do certame”, diz. Enquanto isso, a fabricante de aviões estuda procurar a justiça americana para retomar o contrato e conta com a ação da diplomacia brasileira. Em visita ao Brasil, o vicesecretário de Estado dos EUA, William Burns, afirmou que “há espaço para o caça brasileiro”.

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