Ahmadinejad diz em visita ao Egito que Irã já é Estado nuclear

Presidente iraniano afirma que propósito do projeto é defensivo, que não pretende atacar Israel e pede cooperação

O Estado de SP
Cairo

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse ontem em entrevista à edição impressa do diário egípcio Al-Ahram que seu país já é um Estado nuclear, mas não tem intenções de atacar Israel. O líder persa está no Cairo, onde ontem cumpriu seu segundo dia de agenda oficial. Na esfera diplomática, no entanto, as negociações sobre o programa nuclear iraniano devem ser retomadas no fim do mês.


Na entrevista, Ahmadinejad diz que o mundo precisa lidar com o fato de que o Irã é uma potência nuclear. "Eles querem que o Irã retorne ao que era no passado, mas não terão sucesso. Eles acham que cederemos à pressão, mas essa interpretação é equivocada", declarou. "Já somos um Estado nuclear e industrial."


Ao afirmar que não pretende atacar Israel, o presidente iraniano ressaltou que os propósitos do programa são "defensivos". Segundo Ahmadinejad, a melhor maneira de lidar com um Irã nuclear é a cooperação.


Ainda de acordo com o líder persa, caso Israel opte por um ataque aéreo com caças para destruir o projeto atômico iraniano, o país tem um sistema de defesa capaz de responder à altura.


"Eles querem atacar o Irã, mas nós não estamos preparando nenhum ataque contra eles, porque o propósito do nosso programa é a defesa", disse o presidente.


Negociações. Na terça-feira, diplomatas ocidentais disseram ao jornal New York Times que as negociações sobre o programa nuclear iraniano serão retomadas até o fim deste mês. O grupo 5 + 1 (países com assento permanente no Conselho de Segurança e a Alemanha) e representantes do Irã se reunirão em Alma Ata, no Casaquistão .


O chanceler britânico, William Hague, disse que a necessidade de haver progresso nas negociações é "urgente". "O Irã continua a enriquecer urânio, o que infringe as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, numa escala que não pode ser destinada para fins civis", criticou Hague. 


O acordo sobre a reunião no Casaquistão ocorre meses após a discussão sobre o local e a data da negociação. No ano passado, os EUA propuseram sediar um encontro na Turquia. Em resposta, o governo do Irã sugeriu uma reunião no Cairo. (NYT)

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