EE-18 Sucuri II

Área Militar
 

Durante o periodo de grande desenvolvimento por que passou a industria militar brasileira nos anos 80, vários projectos foram sendo apresentados pelas empresas brasileiras, de entre as quais se destacou claramente a ENGESA de S. José dos Campos (SP).

A empresa produzia na altura os veículos blindados URUTU de transporte de pessoal e o igualmente conhecido veículo blindado de reconhecimento Cascavel, equipado com canhão de 90mm de baixa velocidade.

Com mercados emergentes em mente, mas também com a possibilidade de encomendas por parte do exército brasileiro para um veículo mais poderoso que o Cascavel embora com grande mobilidade, a ENGESA desenhou um caça-tanques.


Ou seja: Um veículo blindado relativamente desprotegido mas poderosamente armado, capaz de engajar veículos mais poderosos de surpresa e utilizar a sua alta velocidade para escapar à possibilidade de ser destruido.

Esse veículo chamou-se Sucuri.

Inicialmente o Sucuri deveria ser equipado com uma torre basculante FL-12 idêntica à utilizada no veículo AMX-13 ou Panhard EBR, com um canhão de 105mm.

Posteriormente, e porque a torra francesa foi considerada complexa, cara, e razão da dificuldade enfrentada pela Engesa em vender o veículo, foi decidido construir uma torre de concepção da própria Engesa, o que implicou também a troca do canhão por outro, de origem italiana e baseado no canhão L-7 britânico de calibre 105. Com este novo canhão, o Sucuri-II passava a ter possibilidade de disparar munição «flecha» perfurante, que era a mais eficiente contra veículos blindados, mesmo veículos blindados pesados.

A nova torre acabou por resultar num completo redesenho do Urutu transformando-o num veículo muito superior ao seu antecessor. Com uma nova silhueta mais baixa e melhor perfil balistico frontal. A nova torre foi também resultado dos estudos da Engesa para o veículo que estudava no momento, o carro de combate médio EE-T1/T2 Osório.

Para um veículo desenhado em meados dos anos 80, o Sucuri estava bastante bem equipado, com periscopios para comandante e atirador e um telemetro laser, canhão giroestabilizado, podendo efectuar busca de alvos com o veículo em movimento.

O novo motor, juntamente com a nova torre, reduziram o peso do Sucuri-II para 18 toneladas, ou seja 500Kg. A menos que o 18.500Kg do modelo inicial do Sucuri.

O Sucuri-II podia ser assistido com muita facilidade e o seu motor era facil de remover.

O Sucuri-II, com o fim da empresa Engesa não chegou a entrar em produção.

Ele constituiu porém um marco na industria militar brasileira, porque enquanto que com os outros veículos o Brasil se limitou a copiar conceitos e ideias de outros países, com o Sucuri-II - um caça-tanques leve numa plataforma 6x6 - houve uma tentativa de inovar que se não era completamente inovadora, era-o pelo menos na ideia de que esse tipo de veículo faria sentido no futuro, pelo menos para as condições da américa latina como substituto do veículo Cascavel, que ainda hoje está em operação em muitos países do mundo.

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