UE se reúne para avaliar fim de embargo e dar armas a rebeldes sírios

FOLHA DE SP
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Representantes dos 27 países da União Europeia se reúnem nesta segunda-feira para definir sobre o fim do embargo do bloco ao envio de armas à Síria, como uma forma de autorizar o fornecimento de armas aos rebeldes. A decisão, no entanto, ainda encontra a resistência de diversos países.

Os principais defensores da entrega de armamento à oposição ao ditador Bashar al-Assad são Reino Unido e França, únicos integrantes do bloco que são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A posição foi defendida na reunião pelo chanceler britânico, William Hague.

Para ele, cada país europeu pode ter sua própria política de sanções caso não se chegue a um acordo geral. "É importante mostrar que estamos dispostos a alterar nosso embargo de armas, para que o regime de Assad receba um sinal claro de que tem que negociar a sério", disse.

A hipótese de armar a oposição síria também foi respaldada pelo ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, embora prefira que a decisão seja tomada após a conferência dos membros permanentes do Conselho de Segurança sobre a Síria, que deve acontecer em junho em Genebra.

"Propomos que a decisão seja um elemento de pressão para a negociação e para dar oportunidade ao diálogo. Esse fornecimento de armas deve ser feito caso por caso, para evitar que caiam em mãos erradas".

Maior economia da região, a Alemanha concorda com o fim do embargo, embora afirma que vá defender uma posição comum de todo o bloco. "Hoje vai ser um dia de negociações difíceis", disse o ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle.

A medida, no entanto, encontra a resistência da Áustria e de países nórdicos, como a Dinamarca, a Suécia e a Finlândia. Os europeus precisam tomar uma decisão sobre os embargos à Síria até sexta (31), quando acabam as resoluções que regulamentam as sanções vigentes.

DIVISÃO

Enquanto o fornecimento de armas é discutido pelos membros da União Europeia, a oposição síria, beneficiada pela medida, mostra mais uma divisão, o que daria mais subsídios para os grupos contrários ao armamento dos rebeldes.

Nesta segunda, fracassou a votação que incluiria mais membros na cúpula da Coalizão da Oposição Síria. Após quatro dias de negociações, apenas oito de 22 novos participantes foram aceitos pelos atuais integrantes do grupo.

O opositor histórico do regime de Damasco Michel Kilo, um intelectual marxista e laico, procedente de uma família cristã, foi uma das personalidades admitidas na Coalizão. No entanto, outros membros liberais foram rejeitados pelo grupo, cuja maioria pertence à versão síria do grupo sunita Irmandade Muçulmana.

A falta de consenso coloca em dúvida a participação do grupo nas negociações com o regime que deverão acontecer em Genebra. Apoiada por Arábia Saudita, Qatar e países ocidentais, a coalizão foi criada em novembro, em substituição a outra união política opositora que fracassou.

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