Organização denuncia massacre de 248 pessoas de etnia sunita na Síria

O relatório foi divulgado durante as negociações entre Rússia e Estados Unidos sobre um plano para colocar sob controle internacional o armamento químico da Síria

France Presse


Beirute - As forças do regime sírio executaram pelo menos 248 pessoas nas localidades sunitas de Bayda e Banias em maio, denuncia a ONG Human Rights Watch (HRW) em um relatório divulgado nesta sexta-feira (13/9) . O grupo de defesa dos direitos humanos apresenta uma lista com os nomes das 248 pessoas que morreram em 2 e 3 de maio em duas localidades da província costeira de Tartus. A HRW pede uma investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI).

Prédios e mesquitas danificados em Homs (Mohamed Ibrahim/Shaam News Network/Reuters)
Prédios e mesquitas danificados em Homs
"Estão entre as maiores execuções sumárias desde o início do conflito na Síria, há dois anos e meio, afirma a HRW, que pede que o governo seja considerado o único responsável pelo que chama de "massacre". Segundo a ONG, o balanço de vítimas é provavelmente muito mais elevado.

O relatório foi divulgado durante as negociações entre Rússia e Estados Unidos sobre um plano para colocar sob controle internacional o armamento químico da Síria depois do suposto ataque com gás tóxico de 21 de agosto, que matou centenas de civis, incluindo muitas crianças.

"Apesar da atenção do mundo estar concentrada em evitar que o governo use armas químicas contra a população, não podemos esquecer que as forças governamentais sírias usam armas convencionais para matar civis", disse Joe Stork, diretor da HRW para o Oriente Médio.

As duas localidades são de maioria sunita em uma área principalmente alauita, a comunidade religiosa do presidente sírio Bashar al-Assad. "Os sobreviventes nos contaram histórias terríveis sobre como seus parentes que estavam desarmados foram mortos diante de seus olhos pelas forças do governo", disse Stork. Segundo números da ONU, o conflito na Síria provocou mais de 110 mil mortes desde março de 2011.



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