Iraque vai reformar arsenal brasileiro para sufocar insurgentes

Um conjunto com veículos blindados e de lançadores múltiplos de foguetes fabricados no Brasil será reformado à toque de caixa pelo governo iraquiano. O objetivo é dispor desse excedente bélico para sufocar futuras ondas de insurgência, exatamente como das últimas semanas.


Renato Jakitas | Voz da Rússia

O país do Oriente Médio vive hoje um estado próximo ao de guerra civil, desde o Levante promovido pelo grupo radical denominado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL).

A frota em questão a ser modernizada é composta pelo que sobrou dos lotes de blindados Cascavel e de lançadores de foguetes Astros II. Os equipamentos foram adquiridos por Saddam Hussein entre os anos 1970 e 1990. Entre as fornecedoras, a já extinta Engesa, e a Avibras Aeroespacial, uma das principais fábricas da área de defesa brasileira, instalada no pólo de tecnologia avançada de São José dos Campos, no interior de São Paulo.

A história foi noticiada há uma semana pelo jornal O Estado de S.Paulo e ainda não existem detalhes sobre a ação, que é liderada pelo premiê iraquiano, o xiita Nouri Al-Maliki, político que também acumula o cargo de ministro da Defesa local.

Sabe-se, contudo, que a verba para a modernização sairá de uma manobra financeira aplicada ao Fundo Especial de Recuperação, uma linha de financiamento aberta pelo governo dos Estados Unidos há uma década e que tem até R$20 bilhões disponíveis para ser sacado pelo governo iraquiano.

Quase nada se sabe também das necessidades de reforma e o nível de modernização a ser encomendado por Al-Maliki à frota. Na verdade, faz tempo que não se vê em ação um desses equipamentos. A última unidade a utilizar o blindado brasileiro Cascavel EE9 foi a Guarda Republicana, a tropa de elite de Saddam que tanto se especulou durante as duas guerras do golfo.


Cascavel EE-9
Assim como o Brasil, outros 32 países eram fornecedores bélicos de Sadam Hussein, que era um comprador dos mais ativos da região. Segundo dados da Carteira de Comércio Exterior brasileira, 363 unidades do blindando foram exportados para o Iraque. Boa parte dessa frota, que saiu equipada com canhões de 90 milímetros, foi abatida em combate.

Destino parecido tiveram os lançadores múltiplos de foguetes de saturação Astros II são cerca de 66 carretas já com 40 anos de utilização. Além das avarias que se acumulam com o tempo de utilização, há também de se investir em munição. Desde o inicio da primeira guerra dos golfo, em 1991, o governo não investe em aquisição de foguetes para a bateria, que tem raio de ação de 9 a 70 quilômetros.


Astros II
Ar e mar. O recrudescimento da insurgência iraquiana levou os EUA a enviar quase 300 militares super especializadas para assessorar e treinar o novo Exército do país.

Paralelo a isso, foi deslocado para a região um contingente de ação rápida com 575 combatentes, contando 275 marines enviados a Bagdá para expandir a segurança da embaixada.

Também está na região o porta-aviões USS George H. W. Bush. O grupo naval leva 90 aeronaves, entre elas drones, caças, aviões de reconhecimento e helicópteros.



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