Irá o califado islâmico dispor de verdadeiras forças armadas?

O grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) anunciou que passou a ter à sua disposição um míssil balístico. Os guerrilheiros publicaram na Internet uma fotografia e um vídeo onde se vê como algo semelhante a um míssil R-300, conhecido também por Scud, atravessa uma praça da cidade síria de Raqqa.


Andrei Ontikov | Voz da Rússia

Além disso, os guerrilheiros publicaram fotografias que mostram três morteiros norte-americanos M198. Os especialistas não duvidam de que os extremistas só conseguiram obter esse armamento no Iraque. O analista militar líbio Amin Hteit declara:

"A impetuosa ofensiva desencadeada pelo EIIL no Iraque permitiu-lhe apoderar-se de arsenais e equipamento militar iraquianos. Além disso, o êxito desta ofensiva explica-se não tanto pelas grandes qualidades combatidas dos guerrilheiros, como pela traição de numerosos oficiais que prestaram serviço ainda na época de Saddam Hussein.

Hoje, a situação já está mudando. Os iraquianos começam gradualmente a reconquistar regiões ocupadas pelos extremistas. Por isso os terroristas não podem esperar completar o seu parque de blindados até ao nível de constituírem uma séria ameaça. No que respeita aos Scuds, claro que o EIIL pode empregá-los tanto na Síria, como no Iraque, se for necessário. E isso constitui um certo perigo".

A propósito, os combates continuam e a situação nas frentes é extremamente instável. Por isso os guerrilheiros ainda podem receber alguma quantidade de equipamento. O politólogo Konstantin Sivkov afirma:

“Admito que os guerrilheiros possam formar um parque de equipamentos blindados. Como é sabido, as forças armadas iraquianas têm à disposição grande quantidade de equipamentos americanos. Ele exige uma manutenção atenta e cara, principalmente nas condições do deserto. Por isso, parte do equipamento blindado pode ser abandonada, por não funcionar, pelas tropas iraquianas que recuam”.

Seja como for, é evidente que o EIIL, nas últimas semanas, conseguiu completar substancialmente as suas reservas de armamentos. O exército iraquiano tem cada vez mais dificuldade em resistir ao poderio militar dos extremistas. Em ajuda dos iraquianos vem o exército governamental sírio que, nas regiões fronteiriças, desfere golpes contra grupos de guerrilheiros e de armamento.

E os aliados americanos de Bagdá? Eles também se preparam para atuar. Neste sentido, pode-se recordar os 500 milhões de dólares que, há vários dias atrás, o presidente dos EUA, Barack Obama, pediu urgentemente ao Congresso para ajudar, a acreditar na fórmula, os guerrilheiros sírios moderados. No passado, como é sabido, a farta ajuda norte-americana aos supostamente guerrilheiros “moderados” foi rapidamente parar aos cofres dos extremistas. Pelos vistos, segundo a intenção de Washington, hoje, tendo como fundo a ofensiva do EIIL, é hora de desferir um golpe na retaguarda do exército sírio e, desse modo, garantir a segurança das regiões onde se baseia o EIIL na fronteira sírio-iraquiana.


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